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Paris, jul/2014 |
Sexta-feira 13. 13 de
novembro de 2015. Em meio a incontáveis catástrofes que ocorrem diariamente
nesse mundão de 7 bilhões de pessoas, mais uma ocorre. E em tempos de
comunicação avançada, sabemos tudo em tempo real e inicia-se uma guerra. A guerra
dos egos, a guerra das razões. Seja por Facebook, twitter ou qualquer outra
rede. O ser humano parece ter medo de se sensibilizar, parece ter que escolher
situações, afinal se eu me solidarizo com tudo estou sensível demais. Oi? O que
está acontecendo? Sim, sofremos uma catástrofe ambiental em Mariana. Sim,
sabemos que é pior do que parece. Sim, é provavelmente o pior desastre
ambiental até o momento. Mas onde isso tira nosso direito de se penalizar
durante o cenário de terrorismo em Paris? Perante milhares de pessoas que
morrem na miséria mundo afora, inclusive em muitos cantos do nosso gigante
Brasil? Perante as mulheres que são violentadas na Índia? Perante os que morrem
em guerras civis na África? Não temos que escolher nenhum lado. Somos humanos.
E todas essas (e outras) tragédias nos deixam mexidos, impotentes. Por que eu
tenho que escolher uma dor, um lado da história para sofrer junto?
É muita palavra proferida
por nada. A cada “ataque” de discordância que disseminamos numa rede social, estaríamos
enviando energia positiva para Paris ou comprando água para enviar a Mariana. “Ah,
mas a mídia está dando mais atenção para Paris, como não dá tamanha atenção
para nossa tragédia?”. E o que é que nós ainda esperamos da mídia, hein meu povo?
Eu não espero mais nada. Cabe a nós tomar ciência das informações e pronto,
nada mais esperar. E enquanto nada esperamos, meditemos sobre tudo que ocorre
hoje. Seja aqui, seja acolá. O mundo tem uma ferida gigante (sempre teve) e
desde que ele é mundo, cresce o número de pessoas que buscam mudar isso. Assim
como ainda muitos pagam o pato, muitos se permitem sensibilizar e ir além.
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Mariana, nov/2015 - Christophe Simon/AFP (tirada do Globo.com) |
Passei 3 meses sem acesso a televisão e com acesso
limitado as mídias pela rede. Andei na rua, vi gente sendo gente. Dando a mão,
ajudando. Outro dia vi um fotógrafo postando fotos de Mariana e mostrando “a
beleza em um momento de dor”, a solidariedade, quantas mãos estendidas a quem
está precisando. Assim como acredito estar sendo feito em Paris. E nossas orações
e bons pensamentos também o são. Amor caracteriza todas essas ações. Olhemos o
mundo e de coração aberto. A hora não é pra discutir sobre quem a mídia está
dando mais atenção, quem nas redes está falando mais de Paris ou de Mariana. É
para dar amor. É o nosso único instrumento nesse mundo de terroristas de todos
os tipos dos que poluem águas até os que matam pessoas com as próprias mãos. A
gente só não pode comprar a guerra da razão. Somos todos culpados e inocentes nessas
(acredito, mesmo que eu esteja sendo inocente) transformações que ocorrem no
mundo. O mundo muda desde que é mundo, ele busca seu caminho. Sabe aquela frase
“não quero ter razão, quero ser feliz?”. É isso. Sejamos o mundo todo. Sejamos
amor. Menos briga pra saber quem tem razão, pois ninguém tem quando falamos de
incontáveis mortes brutas ao redor do mundo, todos os dias.
Foi quinta-feira, 5 de novembro. Foi sexta-feira
13. Todos os dias foram assustadores. Como podemos mudar isso? Mais amor, por
favor!
Até a próxima, galera!