quarta-feira, 27 de maio de 2015

Sobre montar o roteiro

Passaporte com o carimbo de entrada na União Européia, na escala em Madri.

Fazer o roteiro é dar um norte para sua viagem. É dizer: “vou mesmo” e a partir daí começar a tornar a viagem realidade. Comprar passagem, ver hospedagens, ver o que fazer e aquela pesquisa para ter ideia dos gastos e planejar de verdade sua viagem. Do dia que eu decidi fazer a viagem até o dia que comprei as passagens, passaram-se uns 3 a 4 meses. Entre conversas, pesquisas, dúvida entre América Latina e Europa. Optei por Europa primeiro, sentei no computador, abri o Google maps e fui traçando um roteiro. Isso mesmo, no Google maps fiz os primeiros caminhos possíveis, as cidades que gostaria de conhecer (as principais, porque alguns países eu ficaria uns 3 meses só nele, conhecendo diferentes cidades) e minha irmã decidiu tirar férias no começo da minha viagem e passaria 20 dias comigo, por isso optei por passar 20 dias na Itália.
O planejamento com imagem do  Google Maps.
Roteiro Inicial:
1- Itália
2- Grécia
3- Malta
4- Alemanha (que incluía Munique, além de Berlim)
5- Holanda
6- Inglaterra
7- Irlanda
8- França (praticamente sem Paris)
9- Espanha
10- Portugal

Chegando à Roma.
Com cidades escolhidas, uma pesquisa de quanto tempo passar em cada uma delas (tudo dentro dos 90 dias de visto), resolvi comprar as passagens e agora não tinha mais como voltar atrás, no dia 09 de março de 2014 a ida e a volta estavam compradas e era hora de decidir estadias e tudo mais, faltando exatos três meses para a viagem (meu vôo para Roma era dia 9 de junho). Nesse tempo, coloquei meu roteiro no fórum do Mochileiros.com e recebi muitas dicas que fizeram a viagem dar certo, e uma super importante me fez perceber que Malta não seria viável, tanto para entrar quanto sair e então reduzi o roteiro para 9 países. Logo depois, li algo sobre Plitivice Lakes e fiquei apaixonada, então a Croácia começou a ser uma possibilidade. E então, uma amiga que fiz em um curso da Arte de Viver em janeiro conversou comigo e descobrimos que queríamos fazer o mesmo tipo de viagem e depois de algumas conversas, decidimos que iríamos juntas.
O roteiro final e suas muitas modificações.

Conversa vai, conversa vem, a Croácia entrou no roteiro e mudamos algumas coisas. Tiramos Munique, acrescentamos dias em Paris e resolvemos deixar a viagem acontecer. Tudo estava planejado efetivamente (com hospedagem certa) até a Grécia e em algumas outras cidades com amigos de amigos. Como optamos pelo trem ao invés de avião deixamos nosso roteiro flexível e durante a viagem muita coisa mudou. Essa flexibilidade é muito importante no caso do mochilão, em minha humilde opinião.

Resumindo, roteiro de mochilão não tem muita ciência. É uma questão de estudar o que você quer com o que é viável durante o tempo que você tem. E permitir-se ser surpreendido (positivamente) no meio do caminho e às vezes ter de abrir mão (como tive de abrir mão de Plitivice por causa da chuva). Escolha os lugares e google it! Seja em blogs, sites oficiais e tudo mais, você vai descobrindo o que precisa.  E se jogue, por favor! J


Até o próximo post, galera!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Quanto custa um mochilão, hein?

Cinque Terre, Itália
Eis o post do assunto mais perguntado desde que voltei: “então, quanto você gastou viajando?”, “nossa você deve ter gastado muito, euro né?” entre outras perguntinhas mais, todas relacionadas aos gastos. É a parte em que ficamos apreensivos ao planejar uma viagem, né? Olha mas aprendi bem a lição: não há necessidade de se estressar. Um pouco de planejamento e deixar a mágica acontecer é o suficiente, afinal, ninguém vai voltar mendigando de uma viagem, há alguns blog por aí super interessantes de gente que vai na cara e na coragem pra estrada sem um conto no bolso.
Santorini, Grécia.

Como é grande a vontade de fazer outros mochilões, inclusive mais longos, anotei tudo para saber meus gastos, onde gastei mais dinheiro e tudo mais. Mas claro que em algum momento isso falhou, logo no início da viagem e por isso a Itália ficou sem anotações financeiras. Depois de Roma, naquela adrenalina de início da viagem, não anotei nenhum centavo gasto, logo fiz uma média entre o quanto sei que saiu da minha poupança e a soma do que gastei em outros países para chegar ao valor aproximado gasto lá.

Cascais, Portugal
Bom, como o euro teve uma boa oscilação de valor no período que fiquei por lá, para fazer as contas usei uma média de 1€ saindo a R$3,38 para converter os gastos. Os gastos gerais incluem tudo que tive que pagar no país ou na cidade onde estava, de comida à reserva de assento no trem. Separei esses gastos da estadia, porque também é um dos pontos mais perguntados. Lembrando que foi uma viagem de 82 dias (mas porque 82? No primeiro roteiro que montei, acreditei que era suficiente e estava dentro dos 90 dias de visto dentro da Europa), passando por 11 países e 27 cidades.  

Eu e minha irmã em Roma
Então vamos ao que interessa? Bom, desde meu primeiro estágio fiz uma poupança pra guardar uma graninha para futuros projetos. E esse futuro projeto já foi um curso, comprar um apartamento e até casar, mas o melhor estava por vir e essa graninha que me permitiu sonhar alto, comprar minha câmera, estudar fotografia, chutar o balde e viajar. E esse foi meu alicerce para a viagem. Os primeiros gastos não saíram da poupança, saíram do meu salário mesmo. Preciso deixar claro que para viajar, nos meses anteriores abri mão de algumas coisas (tipo baladas, especialmente) para pagar os primeiros gastos e guardar um pouco mais. Primeiros gastos esses que foram:

•Passagem (ida e volta): R$2.531,00
•Passagem Roma-Atenas: R$233,16                           
•Seguro viagem: R$416,99
•Total: R$3.181,15

Minha meta inicial era gastar no máximo R$10 mil e consegui gastar apenas um pouco mais (fica dentro da margem do “pra mais” que eu tinha em mente) e em alguns momentos você acha que não será possível, como quando está em Londres, por exemplo. Então vamos começar a falar melhor sobre os gastos. 

Hospedagem

Nossa host do Couchsurfing, Sónia
Nosso host em Nice, querido Jô!
Sabe aquela regra mochileira de que se dane o conforto? Então, é bem por aí. Mas vou te contar que pensando assim pelo caminho até aparece conforto viu? Hehehe. Ficamos em hostel, cochilamos em chão de aeroporto, ficamos em casa de pessoas lindas (Couchsurfing e Arte de Viver) e sem querer acabamos em dois Bed&Breakfast que foram o mais perto do luxo que chegamos (um sem pagar nada e o outro por necessidade). E vi tantas famílias com mochila nas costas e ficando em hostel que já venho pensando em riscas hotel das minhas possibilidades! Hostel é muito mais bacana pra interagir e baixa consideravelmente o custo da viagem. Pense nisso ;)

Locomoção

Eurail usado na Itália
Bom, dando aquela estuda em relatos de outros mochileiros e blogs de viagem por aí, vi que os vôos low cost e minha mochila cargueira não teriam uma relação lá muito harmoniosa. E além disso, as passagens teriam que ser compradas com muita antecedência visto que nas férias de verão os europeus não perdem tempo, e como disse meu querido amigo francês Jô “só tem verão uma vez por aqui”. E como não queríamos um roteiro engessado, o uso do trem foi a melhor saída. Ok, mas comprar passagens de trem encima da hora também não é barato Descobri o *Eurail (Interail pra quem tem cidadania européia) e ele é uma mão na roda, você só precisa tomar cuidado com as reservas, pois se deixar pra cima da hora pode não ter nenhuma vaga ou apenas leitos, que tem uma taxa de reserva mais cara. Alguns países são maravilhosos, como a Alemanha, onde você não precisa pagar taxa de reserva nenhuma e os trens são todos ótimos. Ah, a Inglaterra não aceita o Eurail, mas tê-lo dá um descontinho no trem. Ah, também conseguimos descontos nos ferryboats na Grécia(ta aí o que encareceu a estada lá, chegar e sair do país hihihihi) e Irlanda. E para só faltar andar de bicicleta de um país pra outro (eu ainda não sei andar de bicicleta:\), pegamos um ônibus de Londres para Paris, porque né 90 € no trem de novo não ia rolar.
Vai um vinhozinho de 2 libras?

Alimentação

Bom, essa questão é sempre muito delicada. Dá pra comer saudavelmente mesmo na correria, mas em alguns locais não pesquisamos bem e o McDonald’s foi a salvação da fome (em Londres, por exemplo). Grande parte dos hostels tem cozinha e comprar comida no mercado vai fazer seus gastos caírem bastante. Em Paris, alguns mercados você pode comprar a comida e esquentar no micro-ondas por lá mesmo, o que também é super interessante. Fazer amizades e cozinhar para eles e vice e versa, é certamente o melhor! Pra dizer que não fui à restaurante nenhum, meu irmãozinho italiano é cozinheiro e fui ao restaurante onde ele trabalha (e não gastei um centavo).

Louvre

Compras

Tirando uma loucura ou outra que você pode fazer (no meu caso foi comprar um blusa ou um anel), esse item está fora da lista, digo, pelo menos na minha. A única coisa que pensava era em como diminuir o peso da minha mochila, o que fez algumas coisas ficarem pelo caminho. Europa não é dos lugares onde você encontre lá muitas coisas com preço bacana, então isso nem passou pela minha cabeça estando lá. Só pra conferir, olhei preço de lentes pra minha câmera e convertendo daria no mesmo. Então, se quiser comprar, vai fundo, mas na minha lista de prioridades isso passou batido.

Passeios

Alguns são realmente caros, as entradas dos Museus não são convidativas, mas eu fui à todos que tinha muuuuuita vontade. Londres tem vários museus com entrada gratuita e Paris faz isso no primeiro domingo do mês por lá. Dá sempre pra buscar uma forma mais barata de aproveitar a cultura, especialmente a do velho continente, que é riquíssima! E a natureza também é bem bonita por lá, faça bem suas contas e aproveite!

Seguro Saúde

Um fator super importante na hora de viajar é o seguro saúde, principalmente se tratando de viagens longas. Assumo que quando fiz meu mini mochilão para Machu Picchu, nem pensei em fazer por ser apenas uma semana, mas hoje vejo que até em viagens mais breves é importante. No caso da Europa, prestem atenção na abrangência, porque o Tratado de Schengen não inclui todos os países por lá. Sofri um tombo na Grécia mas não precisei ir ao médico, então não usei o meu (ufa!).

Tabela de Gastos

País
Estadia
Gastos Gerais
Total
Itália
R$ 924,00
R$1576 (aproximadamente)
R$2.500 (aproximadamente)
Grécia
R$ 44,62
R$ 799,91
R$ 844,53
Croácia
R$ 202,80
R$ 243,70
R$ 446,50
Alemanha
R$ 101,40
R$ 170,19
R$ 271,59
Holanda
X
R$ 383,80
R$ 383,40
Bélgica
R$ 81,40
R$ 16,90
R$ 98,30
Irlanda
X
R$ 697,60
R$ 697,60
Inglaterra
R$ 439,40
R$ 730,46
R$ 1.169,86
França
x
R$ 689,63
R$ 689,63
Espanha
R$ 300,93
R$ 575, 35
R$ 876,47
Portugal
R$ 50,70
R$ 655,90
R$ 706,60

Gastos pré viagem

Além desses gastos, estão incluídos no gasto durante a viagem, o Eurail Itália, Eurail entre países e o IOF do meu cartão de crédito que usei como Travel Money.

•Eurail Itália: R$638,82
•Eurail entre países: R$2.017,91
•IOF Travel Money: R$233,16

Total de gastos

Gastos pré-viagem
Gastos durante a viagem
Total
R$3.181,15
R$11.616,29
R$ 14.797,44

Dava pra gastar menos? Dava sim. Mesmo que nossa moeda seja bem desvalorizada em relação ao Euro e Libra. Poderia ter segurado a onda um pouco na Itália, ter tido menos preguiça de me virar na cozinha e ter controlado alguns surtos de vontade de comprar umas poucas coisas que comprei por lá. E ter um pouco mais de sorte no Couchsurfing também já diminui beeeem o valor (dizem que no verão é um pouco mais difícil pelo fato de todo mundo estar viajando nas férias). Então é isso, galera. Espero ter conseguido fala tudo. Qualquer dúvida, só perguntar!
Até o próximo post!


OBS: Em cada post falo sobre os gastos daquela cidade e onde fiquei hospedada.

*Saiba mais sobre Eurail: http://pt.eurail.com/



quarta-feira, 13 de maio de 2015

Mochilão 2014 - Portugal - Parte 2: Porto e Fátima


Avenida dos Aliados

Escrevendo esse relato meu coração está apertado como estava lá. Chegar ao seu último destino de viagem é uma mistura de sentimentos. Sentimentos como o alívio das saudades e de missão cumprida até desespero do “quando viajo de novo???” e até um “será que deveria alterar a passagem de volta?”. E os dias nas proximidades do Porto carregavam esse gostinho de fim, de nostalgia e aquele famoso “faria tudo de novo”.
 
Rio Douro e Ponte D. Luís ao fundo
Chegamos à estação de Ovar de noite, e o primo da Simone foi nos buscar e deu uma volta rápida por Santa Maria da Feira. Chegamos, contamos um pouco da nossa aventura e desmaiamos de cansadas. Sem nada planejado pro dia seguinte. E quando o dia seguinte chegou, acordamos e fizemos um passeio pelos arredores, Praia do Furadouro, Santa Maria da Feira (agora pela manhã) e deixamos o Porto para o dia seguinte e pedimos ajuda para o primo da Simone pra ir a Fátima. Um dia calmo, começando a arrumar as malas para a volta.

E no dia seguinte, pegamos um ônibus para ir ao Porto, outra cidade mega fofa, até mais fofa que Lisboa! Chegamos com fome e bem pertinho da rodoviária tinha um restaurante simples com um dos pratos contendo feijão (desde Barcelona compramos feijão para matar a saudade hahaha, mesmo que o mais fácil de achar tenha sido o vermelho). Depois de forrar o estômago, começamos nossa caminhada pela cidade do Porto com a primeira parada na Sé da cidade. Igreja muito bonita e tem um pátio com uma vista super bonita da cidade. De lá começamos a subir e descer pelas escadas da cidade até chegar à beira do Rio Douro e ficamos por ali vendo as crianças brincando no rio antes de voltar a caminhar pela cidade.

 
Santuário Nossa Senhora de Fátima
Pensamos em ir andando para Vila Nova de Gaia, mas desistimos. Seguimos ali pelo centro do Porto mesmo. Entramos em algumas igrejas, passamos pela Praça da Batalha e a Igreja de Santo Ildefonso e resolvemos passar no mercado para comprar feijão preto e farinha para fazer uma comidinha com gosto de Brasil na casa do primo de Simone e também mais algumas coisas para fazer nosso risoto de viagem (fizemos algumas vezes na Espanha).

No dia seguinte, fomos à Fátima. E que aventura foi chegar a uma estação de trem! Pegamos dicas e nos disseram onde deveríamos pegar o ônibus. Ok, já começou com o fato de que para chegar a pé ao ponto de ônibus há de ser andar muito, mas muito mesmo (olhando no Google e quando nos explicaram parecia muito menos). E quando estamos andando no meio da estrada, quase na hora que o ônibus passaria, o que mais poderia acontecer? Chover! E nós começamos a correr, entre uma corrida e outra chegamos ao ponto dentro do horário. Passa um ônibus e pensamos “ah, é ele, ufa!” Nisso, perguntamos ao motorista e ele nos diz não passar nenhum ônibus ali para a estação de Ovar e alguns passageiros nos disseram que passava em outra rua, mas que havia um ponto onde poderíamos pegar outro ônibus para lá. Chegamos ao ponto e descobrimos que o ônibus para Ovar havia acabado de passar. Eu usei o aplicativo da Eurail (Rail Planner) durante toda a viagem e resolvi olhar onde mais o trem passaria, pois o próximo ônibus a passar por ali iria para Espinho, tcharaaaam o trem também passava lá! Ufa, problema resolvido! Nisso pegamos o trem pensando em ir para Estação de Fátima, mas precisávamos trocar de trem na estação de Entroncamento e lá havia mais opções de horários de ônibus para Fátima. Acho que essa foi uma “pequena aventura” para fechar a viagem com mais uma história daquelas “deu tudo erradamente certo”.
 
Estação de São Bento
Em Fátima, fomos conhecer o Santuário e agradecer cada dia daquela viagem, já que cada dia apareciam em nossos caminhos anjos e quando uma possibilidade de perrengue surgia, logo em seguida vinha uma solução. O Santuário é super bonito e acho lindo ver a fé e devoção das pessoas, foi uma experiência super bonita!

E chegou o último dia de passeio pelo Porto. Fomos dar mais uma volta pela cidade e procurar uma tag para minha mochila já que minha quebrou em algum trem ao longo do caminho e comprar minha passagem de trem para Ovar, para complementar a do trem para Lisboa que já havia comprado. Passamos pela Torre dos Clérigos e de lá caminhamos até a Livraria Lello & Irmão, com as escadas que inspiraram as de Hogwarts de Harry Potter, visto que J. K. Rowling viveu por um tempo no Porto. Infelizmente, só permitem tirar fotos dentro de um horário e chegamos lá depois. Passamos pela Avenida dos Aliados (Praça da Liberdade, Praça General Humberto Delgado e a Câmara Municipal) e finalmente na bela Estação de São Bento, onde comprei a passagem  e Simone viu sua ida para Alemanha. Então voltamos para “casa” para terminar de arrumar as malas e comer mais um pouco de feijão preto hahaha (mesmo que eu já fosse fazer isso quando chegasse ao Rio).

O dia seguinte foi daqueles esquisitos, onde você fica emotivo por qualquer motivo. Tudo devidamente arrumado. O primo da Simone deu uma carona até o Porto. Como nossa viagem começou em pizza (Itália), mesmo estando em Portugal, ela tinha que terminar em pizza. Fomos ao Pizzahut da shopping Via Catarina  e brindamos com guaraná nossos 82 dias de uma viagem linda. Depois ela me deixou na estação e cada uma seguiu seu rumo, engolimos o choro na despedida pra depois cada uma desabar no seu canto. Mas o choro é de gratidão, afinal, ambas planejamos viagens sozinhas e aparecemos uma no caminho da outra e vivemos aquilo tudo juntas.E no caminho ainda havia um lindo arco-íris dando mais brilho ao nosso último dia. 
Praça General Humberto Delgado, Câmara Municipal ao fundo

Cheguei à noite em Lisboa e passei a madrugada no aeroporto com alguns poucos cochilos, fui a primeira da fila do check-in e primeiro vôo pra Londres ansiosamente aguardado. O vôo atrasou um pouco e cheguei no (gigante) Heathrow encima da hora, mas a British Airways é super fofa e já tinha uma pessoa lá me esperando com um documento para agilizar meu caminho até o avião. Corri e cheguei poucos minutos antes do embarque começar. No vôo curto desmaiei, mas no vôo Londres-Rio já não foi a mesma coisa.  Em 11hrs assisti “Friends”, “The Big Ben Theory” e “Vicky Cristina Barcelona”. Além de ouvir todas as músicas que gostava disponíveis no avião e no meu celular. Dormir meeeeesmo não consegui, no máximo cochilei. Acho que era a ansiedade de voltar pra casa e saber que, como diz Milton Nascimento, nada será como antes. A gente muda muito depois de uma experiência dessas. E a noite, cheguei à minha cidade natal e fui recebida com muito amor. E assim foi esse mochilão...e desde então conto os dias para o próximo!

E pode deixar que continuarei com posts toda semana aqui viu? Ainda tem mais algumas coisinhas para falar do mochilão para vocês, além dos relatos, certo? E é isso que farei nas próximas semanas! Nosso encontro continua marcado toda semana. Até mais, galera!

Como chegamos: Trem.

Transporte: Ônibus e trem.

O que não fiz (e gostaria de fazer): Visitar alguma Cave em Vila Nova de Gaia. Um passeio por Espinho.

Estadia: Casa do primo da Simone. Free.

Gasto Total: R$ 276,67

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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Mochilão 2014 - Portugal - Parte 1: Lisboa

Cascais
Antes de chegar a Portugal, nossa ideia era passar em Santiago de Compostela. Mesmo sendo próximo de Portugal, o trem seria uma dor de cabeça para chegar lá. Até soubemos que havia ônibus para lá do Porto, mas acabamos desistindo. Fica pra próxima voltar e fazer o caminho de Santiago de Compostela.

Miradouro da Graça
Chegar a Portugal foi muuuito consativo. O primeiro trem até Salamanca foi super tranqüilo, o que saía de lá para Lisboa só havia dois lugares (praticamente nos esperando né?) distantes (inclusive ele passava em Madri, mas por lá estava lotado) e ficamos separadas. Pegamos o trem de madrugada, sentei ao lado de uma família barulhenta e inquieta e Simone também não teve muita sorte. Chegamos umas 7 e pouca da manhã muuuito cansadas pela madrugada mal dormida. Encontramos o primo da Simone que nos recebeu depois numa cidade perto do Porto (próximo relato) e fomos para a sede da Arte de Viver. A Joana, instrutora que mora na sede é um ANJO!!!! Ela nos recebeu super bem e deixou que doássemos o que fosse possível pela estadia lá.

Arte de Rua em Lisboa
Comboio
Enquanto Simone tomava banho e se arrumava eu acabei dormindo deitada no chão apoiada em minha mochila mesmo. Depois conversamos com a linda mãezinha da Joana e um casal de amigos dela, com histórias dessas que amamos conhecer em viagens. Uma espanhola e um alemão que já moraram em alguns cantos da América latina e contaram algumas de suas aventuras. Depois de muito papo, fomos conhecer um pouco de Lisboa. Começamos pelo Miradouro da Graça, com uma beeela vista da cidade. Almoçamos em um restaurante vegetariano muito bom por ali, maaas não me lembro o nome! Depois seguimos para outro mirante, o Miradouro das Portas do Sol, outra bela vista de Lisboa. Continuamos andando pelas ladeirinhas de Lisboa até que chegamos ao Castelo de São Jorge, mas não entramos. Andamos um cadinho mais, vimos a Praça Dom João I, o Arco da Rua Augusta, a Praça do Comércio e o cais logo ali em frente. A caminhada foi boa e estava bem friozinho, então voltamos pra “casa”.

Cascais
Ah, o verão português rsrs. Durante o dia o calorzinho é bom, mas nunca se esqueça de carregar um casaquinho leve, pois no final da tarde/noite a temperatura cai consideravelmente. No dia seguinte, Joana nos indicou um comboio que dá uma volta em vários pontos da cidade, e vale como um super passeio. Antes caminhamos (mais) um pouco pela cidade, passamos pela Praça Marquês de Pombal, e paramos para almoçar na Avenida da Liberdade e comi um sanduíche típico da terrinha (mais especificamente do Porto, na verdade), o francesinha. É um sanduíche de tudo. Carnes, presunto, ovo, queijo, molho...tem muita coisa. Se você gosta de conhecer culinária local ou gosta muito de carne, eu recomendo. Caso contrário, nem olhe para o sanduba! Finalmente, fomos pegar o comboio e tchan tchan tchan...uma mega fila! Ficamos uma hora ali...e o “motorista” do comboio não parece muito animado com essa fama turística que esse tem e logo avisa: “esse é um transporte comum”. Passamos pelo Bairro Alto e pelo Chiado. E depois do tour comemos pastelzinho de Belém (finalmente!hahaha), só digo uma coisa: huuuuuummmmm.

Cascais
O próximo dia era o último aproveitando a cidade, e resolvemos conhecer a bela Cascais, área de praia próxima a Lisboa. Pegamos o trem e rapidinho chegamos por lá. Conhecemos um pouco do Centro Histórico e de cara, entramos na Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, com uma exposição super legal sobre a história do Forte e uma vista linda para praia. Depois continuamos caminhando pela marina até começar a andar pelas praias dali. Todas lindas, mas com uma água gelada que...minha nossa...quem tem câimbra é melhor só olhar mesmo. Para deixar mais claro o quanto a água é gelada, minha amiga Simone disse no início da caminhada pela praia: “poxa, por que não viemos de biquini?” e após sentarmos a beira d’àgua e colocar nossos pezinhos no gelo, o comentário mudou para “que bom que não viemos de biquíni” hahahaha. Caminhamos até já não saber mais onde estávamos e pegamos trem para passar em Belém antes de voltar a Lisboa. A tarde já começava a cair e fazia bastante frio pra carioca por lá. Tanto vento que nem andamos até a Torre de Belém, a vimos apenas de longe, assim como o Monumento aos descobrimentos. Onde comemos não tinha e nem por perto Pastelzinhos de Belém, mas disseram que ali e em Lisboa a qualidade era a mesma. Resolvemos voltar caminhando até Lisboa (não era tão perto assim), e acabamos entrando em um restaurante que estava oferecendo degustação de espumante e tinha uma vista super bacana da Ponte 25 de abril e do Santuário Nacional de Cristo Rei.
Ponte 25 de abril e Santuário Cristo Rei ao fundo

E assim foram nossos dias em Lisboa, terra de gente acolhedora e simpática. No dia seguinte, pegamos o trem de tarde e tentamos ir à Fátima, mas descobrimos que nossa tentativa foi no dia errado, na estação errada. Então seguimos para a estação de Ovar, a mais próxima de onde o primo da Simone mora e de onde fomos para o Porto e Fátima. Bom, e o resto eu conto no próximo e último post sobre relatos do mochilão. Ai, gente...relatando as experiências não sei nem dizer a saudade que dá e a vontade de colocar a mochila nas costas agora e sair por aí, o que também falarei melhor em posts futuros. Até semana que vem, galera!

Como chegamos: Trem

Transporte: Metrô, ônibus e de praxe, longas caminhadas.

O que não fiz (e gostaria de fazer): Castelo de São Jorge.Oceanário de Lisboa. Monumento aos descobrimentos. Panteão Nacional. Museu Nacional dos Coches. Palácio Nacional de Belém. Museu do Fado.

Estadia: Sede da Arte de Viver Lisboa – R$50,70

Gasto Gerais: R$ 379,23

Gasto Total: R$ 429,93

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