quarta-feira, 24 de junho de 2015

Vamos viajar mais?


E aí, mochileiros/amantes de viagem, precisando de um empurrãozinho pra viajar mais um pouco? Separarei pra vocês algumas frases que vão te ajudar a voar bastante por esse mundão enorme que está de braços abertos pra você! Se só nosso Brasilzão já tem tantos encantos, pra que ficar parado? Mochila nas costas e mapa na mão hehehe.
Até o próximo post, galera!










quarta-feira, 17 de junho de 2015

The Love Locks - Amores trancados

Em alguma ponte em Paris (não é a Pont des Arts)
Assunto que apareceu recentemente na mídia devido à retirada de váaaarios cadeados da Pont des Arts em Paris, os cadeados do amor chamaram muito minha atenção na passagem pela Europa. Tanto que resolvi fotografar todos os quais encontrei pelo caminho e venho hoje aqui mostrar algumas dessas fotos para vocês. O assunto me deixou muito curiosa, especialmente porque até em restos do Muro de Berlim consegui achar um desses cadeados. E claro, que fiquei eu pensando sobre o amor e romantismo vendo tudo isso.

Amsterdã, Holanda
Os primeiros cadeados que vi foram em Cinque Terre e desde lá comecei a prestar atenção em todos que encontrei. Pelo o que soube, a moda começou pelo início dos anos 2000 e desde então pombinhos apaixonados enchem pontes de cadeados contendo seus nomes ou iniciais. Não sei o porquê da prática, uns dizem ser um livro italiano, outros por um conto sérvio da época da Primeira Guerra Mundial. O fato é que a moda se espalhou tanto que o excesso de romantismo, por assim dizer, levou algumas cidades a proibirem a prática (com risco de multas, inclusive) e a remoção mais recente em Paris, como dito no parágrafo anterior. Em compensação alguns lugares são específicos pra isso, como uma parede na Casa de Giulieta em Verona.
Casa de Giulieta. Verona, Itália.

E vocês, mochileiros? Alguém já deixou um cadeado lá para “selar” o amor? Eu acho todas as formas de romantismo fofas, mas assumo que trancar um cadeado não me atrai muito hihihi. Vi um casal de brasileiros jogando a chave no Rio Seine, ri com uma figura (só podia ser brasileiro) que desenhou um cadeado em um papel e escreveu “eu me amo”. E aí, contem suas histórias! Digam o que acham dessa moda. Alguém já viu isso em algum canto do Brasil?


Até o próximo post, galera! J







Deixo aqui o link para mais fotos tiradas ao longo da viagem:


Para saber um pouco mais sobre o meu trabalho:


quarta-feira, 10 de junho de 2015

A volta pra casa




 O sentimentalismo não coube somente no outro post e ficou um pouco nesse também hehehe. Mas juru jurandinho que é bem menos do que o anterior. Mas assim como falando sobre idas, não há como não falar em sentimentos quando se trata de vindas. Um tempo longe deixa a alma com sede de seguir e ao mesmo tempo nutre saudade pelo que deixou. E foi assim minha volta ao Brasil. O misto de ansiedade e vontade de viver mais deixou um vôo de 11 horas (Londres-Rio de Janeiro) um tanto mais longo! Passei a noite sem dormir no aeroporto, apaguei no vôo de suas horas entre Lisboa e Londres, mas justamente no vôo longo os olhos só descansaram em um cochilo.
O que me esperava em casa quando cheguei :)

Cheguei e fui recebida com tanto amor que fez o cansaço da viagem valer a pena. Tinha até boas vindas na cortina pra mim. Tinha abraço, tinha cafuné! As semanas foram se passando e depois da “ressaca” do Jet lag (que durou uns bons dias), as fichas começam a cair. Você enxerga como é difícil ficar quando você se acostuma a ir. A sede por mais “movimento” na vida é muito forte. A sua rotina era não ter rotina, a cada dia um mundo de informações lhe é apresentado. Sempre há muito que conhecer ou novas perspectivas para descobrir no seu canto, mas vamos combinar que a gente perde um pouco esse ânimo em nosso “habitat natural”.

Na verdade, o mundo começa a ser todo mais seu, sabe? Você quer conhecer cada canto dele, cada novidade, cada cultura e principalmente àquelas muito diferentes da sua. Você descobre o ganho enoooorme de estar longe de casa, de ter que “se virar”, você passa a ser feliz com menos, de fato. E quantos lugares lindos e interessantes existem nesse mundão? Incontáveis. E quanta coisa que não temos ideia de existir e existe!? Essa inquietude na alma te morde e não larga mais. Mochilar vicia, meu caro amigo! J
Alguns presentinhos dos amigos ao longo da estrada.

Até ter casa se torna motivo de estranheza. Você fica tão acostumado a dormir em qualquer lugar, que sua cama se torna a mais confortável de todo o universo hahaaha. O chuveiro da sua casa é a maior cachoeira do mundo e tantas outras coisas. Tudo ganha novo valor. Você muda suas prioridades, insere novidades no dia-a-dia e descarta algumas coisas que já não pertencem mais a você. E começa a conviver com um desejo incontrolável de sair por aí de novo (bom, em alguns casos a pessoa não precisa controlar esse desejo e pode seguir, no meu caso tive de ficar). Eu cheguei na noite de 29 de agosto, e fiz 3 viagens pelo Brasil no mês seguinte para agüentar essa ansiedade e conhecer mais esse lugar gigante maravilhoso que é nosso Brasil.

E nisso teve o processo de procurar emprego. Mesmo sabendo que eu não queria mais nada da minha vida “pré viagem”, insisti no erro. Mas como o mercado está passando por um mercado delicado, me toquei que só estava dando murro em ponta de faca. Então, resolvi fazer alguns cursos de fotografia e estou agora me dedicando a isso. Afinal, é pra frente que se anda né? E a vontade de mochilar segue aqui, cada dia maior, nem que seja por uns diazinhos, porque o mundo é grande demais pra ficar parado, né minha gente?


Até o próximo post, galera!

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Mas...e depois? Um pouco de sentimentalismo mochileiro

Amsterdã, Holanda

Na próxima semana fará um ano desta minha pequena aventura. Esse tal de tempo voa, não é mesmo? Lembro da ansiedade da semana anterior a viagem. Trabalhei até o dia 30 de maio e do dia 1º ao dia 9 de junho a minha mente não parava. Dormir? Papo de 3 horas por dia. É na hora que a cabeça deita no travesseiro que a mente desinquieta. Sim, sonhava que esquecia coisas que não podia e acordava pensando em outras mil. Acredito que sofri de ansiedade de mochileira de primeira longa viagem, nos próximos espero dormir na semana anterior hahahaha.
Meus fratelli, irmã e companheira de viagem em Verona, Itália

Lembro como se tudo tivesse acontecido ontem, sinto tudo como se estivesse acontecendo agora. Não consigo ainda explicar tudo que esses três meses significaram na minha vida. Alguns não conseguem entender quando falo o que viajar fez (e está fazendo) na minha vida. Viajar não é apenas lazer. Decidir pelo meu mochilão foi sair da minha zona de conforto, optar por um mundo de ônus e bônus, onde vivo na pele cada um deles, eles que me fizeram olhar a vida de outra forma, buscar um caminho novo, pois minha única certeza quando fui era que a vida não poderia mais ser como estava, como foi. Todo caminho terá altos e baixos, mas acho que não há nada mais digno do que ter paz, algo que não tinha lá atrás, sabe? Por essas e outras, não me arrependo de nada. Caso tivesse uma máquina do tempo, voltaria há 2014 e tomaria a mesma decisão.

Split, Croácia
Sim, tomaria a mesma decisão. Ouviria mais algumas vezes que sou maluca. Ouviria mais algumas vezes “viajar é bom, mas você precisa dar um rumo na sua vida profissional”, ouviria sem contestar “conhecer lugares diferentes é ótimo, mas você precisa criar raízes” e também “já que você gosta tanto de viajar, porque não faz concurso pra aqui e ali pra ter dinheiro pra viajar?”. Eu acho válido quem viaja para relaxar e tudo mais, mas eu não viajo para isso. Sim, muitos dias de viagem foram mais cansativos que dias de trabalho, a diferença é a oportunidade de expansão da mente, que a rotina não me permitia.

Para mim, mochilar é uma forma de viagem que te dá uma oportunidade a mais, seja ela a de se conhecer ou de mudar seu olhar perante as mais diversas culturas. Eu viajei para expandir, para buscar outro caminho que posso trilhar depois de perceber que o escritório é uma gaiola para mim. Levei minha câmera e quis expandir meu olhar fotográfico. Levei meu coração e dei uma chance dele não precisar sufocar o que carrega em si. É difícil falar disso e não ser interrompido com um “porém”, as pessoas não entendem que podem discordar e isso não torna a opção de vida do outro menor. Também não digo que minha opção é o que deve ser feito, só que ela atende as minhas necessidades de vida. Mas posso afirmar que todos nós merecemos buscar o que nos é melhor, de nada vale viver uma vida que nos foi programada.

Santorini, Grécia
Foram apenas três meses, mas tanta coisa pode mudar em você. Ainda existem inúmeros lugares que quero conhecer e ver de perto a vidinha que levam, mas o impacto cultural já fez tanta bagunça aqui dentro. Cada dia dos 82 mochilados era uma lição. Lição de vida, lição de comportamento. Era ver como todos nós em cada parte do mundo somos mesmo de carne e osso, somos todos fracos e fortes, somos todos limitados e infinitos. Depois de ir ao Peru em 2013, essa vontade de querer olhar nos olhos das diferentes culturas se tornou uma inquietude em mim. Ver o outro, me fez ter uma visão melhor de mim, do meu país. Sabe, a gente se crucifica MUITO! E ver as qualidades e defeitos de tanta gente em seus diferentes “mundos” nos faz aceitar melhor os nossos. É deixar cair a ficha de que somos todos santos e pecadores.

Pessoal da Arte de Viver Berlim, Alemanha
Aprendi que nossas fronteiras são bem menos limitadas do que as barreiras que criamos. Aprendi que em 5 dias você pode fazer amigos tão queridos que as lágrimas escorrem no dia da partida, é tão bom perceber que em pouco tempo se pode criar vínculos tão fortes. Aprendi que mesmo não sabendo a língua local tentar aprender um “bom dia” que seja é uma atitude das boas. Aprendi o quanto as pessoas ficam felizes em te acolher e querem dar o melhor delas pra você. Aprendi que na Itália se comem muitos pratos. Aprendi que gente de bom coração e observadora (chamaria de anjos) encontramos em todo lugar. Aprendi que sempre há uma solução para cada problema. Aprendi que a vida fica muito boa vendo menos televisão por dia (no caso, nenhuma). Aprendi que existe mais bondade no mundo do que lemos nas notícias. Aprendi que podemos viver com menos, minha “casa” era o peso que eu carregava, e você ainda joga algumas coisas fora pelo caminho. Aprendi que quando você se permite estar tranqüilo, TUDO ACONTECE, é a mágica de sair da zona de conforto. Aprendi que o mundo é ainda mais maravilhoso e a gente merece conhecer cada canto dele. Aprendi que devemos cada vez mais respeitar o outro e sua cultura, precisamos de todo essa mistura pro bolo da vida ficar mais gostoso. 

Castelo de Dublin, Irlanda
E como dá aquela saudade, viu?! Faz falta descobrir essas novas cores de cada lugar. Faz falta acordar as 7 da manhã e andar até as 10 da noite, pois é quando o Sol se põem (no verão). E a cada dia estar em um quarto com pessoas de cada canto do mundo e conhecer um pouco esse cantinho. Sinto falta de apenas ir! Faz falta ser acolhida por pessoas tão incríveis que nunca me viram, mas abriram suas casas e corações. Sinto falta da correria e da dor nos pés de tanto andar. Sinto falta de olhar para algum lugar e pensar “caramba, eu to aqui” e transbordar de gratidão. Ah, e andar perdida mesmo com o mapa na mão? Uma delícia! Sinto falta de pedir uma informação e ganhar um sorriso. Sinto falta de olhar aqueles parques cheios de gente aproveitando sejam as férias ou o fim de tarde, apenas aproveitando a vida. Sinto falta de pegar o trem e chegar à outro país. Sinto falta de conhecer outros viajantes e suas histórias tão bacanas. Sinto falta de ouvir histórias de um nativo sobre seu país. Sinto falta de não ter rotina. Sinto falta de saber que é tudo novo todo dia. Sinto falta de ganhar carinho de pessoas que nem uma língua em comum comigo falavam. Sinto falta do aprendizado que uma viagem pode ser (quando a gente opta por aprender). Sinto falta do gelato. Sinto falta da comida da mamma italiana.  Sinto falto dos abraços que ganhei por lá e dos afetos que vou levar por toda vida. Ai, sinto falta de não saber onde dormir no dia seguinte. Sinto falta da correria para conhecer algumas cidades. Sinto falta dos dias tranquilos que ouvíamos música, conversávamos  e conhecíamos o que dava pra conhecer. Sinto falta de (tentar) aprender algumas palavras da língua local. Sinto falta de parar e contemplar, porque quando a gente está no “nosso canto” a gente se esquece de parar um pouco apenas para contemplar. Sinto falta até de deitar no saco de dormir encima de um colchonete fino emprestado com todo amor, dormir no chão do aeroporto, dormir no trem...ai ai que saudade de tudo. Até do frio na barriga dos dias que antecederam a viagem. Adorava olhar o relógio e ver o horário daqui e o horário de lá, às vezes era um dia em cada canto. Sabe aquelas experiências pra contar pro netos? Então...é por isso e muito mais que desde que voltei planejo o próximo destino. Viver é nossa melhor escola.


Cascais, Portugal
Aviso aos navegantes, ou melhor, mochileiros, não é fácil. É um desconstruir-se para construir. Se permitir ter um novo caminho é hard core, mas você percebe que mais a frente entenderá tudo. Poderia escrever um livro sobre tudo que essa viagem me causou. Ela que foi uma ideia que surgiu em um momento de busca pelo meu propósito de vida e foi a melhor porta, janela ou qualquer outra coisa que pude me abrir. É saber que seremos testados a todo o momento e em compensação, cada passo dado gera uma gratidão que você nunca sentiu antes. Sem mais delongas, antes que o post fique demasiadamente grande :P. Minha dica após essa experiência é: se jogue! Saiba onde pode se jogar, vendo onde os possíveis tombos serão amortecidos ;).


A mochileira que vos fala curte escrever, espero que o post não tenha ficado longo demais por isso. Se planejo outros mochilões? Mas é claaaaro! Se já tem alguma data? Ainda não, mas tudo muda o tempo todo. Afinal, resolvi mudar de vida, sair do escritório e ainda estou trilhando o novo caminho bem devagar, mas já já uma nova trip das boas, sai! E é claro que venho aqui contar pra vocês. Enquanto isso sempre tem assunto por aqui, ok?

Até o próximo post, galera! J