sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Primeiros passos para o mochilão


Bagagem pronta! 
Um mochilão não nasce de um dia para o outro. E não seria diferente no meu caso. Em agosto de 2013 fui para Machu Picchu e a voltei de lá com a vontade de “continuar indo”. Meses se passaram e a cada história de viajante que eu lia, mais meus olhos brilhavam! E eu muito conversava isso com um amigo até que em um dia de novembro voltando do curso de fotografia resolvi tirar dos pensamentos e falei: “ano que vem quero passar um tempo longe.” Dali até fazer o roteiro e comprar a passagem, foi um longo período. Minha família não assimilou tão facilmente a ideia e o processo foi longo. Conversei muito em casa e com alguns amigos, que me acharam um pouco louca, mas me deram todo o apoio e amor do mundo.
Em março, depois de estudar roteiros e possibilidades comprei minha passagem. E de março até maio fui acertando meu pedido de demissão, contando para outros amigos e familiares (dica de vida: alguns planos contamos pro menor número de pessoas possíveis, é melhor, causa menos burburinho). A princípio, teria só a companhia da minha irmã na Itália por 20 dias, mas nos 45 minutos do segundo tempo uma menina que conheci em janeiro virou minha companheira de aventuras e embarcou comigo nessa estrada.
Eu, minha irmã Teresa e o Pinóquio em Roma
Tirando a Itália, onde ficamos em hostel e na casa de dois amigos em Verona, nosso intuito era: quanto menos estadias pra pagar melhor. Claro que eu já tinha uma grana guardada, mas quanto menos a gente pode gastar, menos iremos gastar, afinal existem mais viagens a fazer. Então, recorremos a amigos, a amigos de amigos e à Arte de Viver, uma ONG que freqüentamos que tem como prioridade livrar o mundo do estresse através de técnicas de respiração, yoga e meditação (saiba melhor em http://www.artofliving.org/br-pt).

E sim, quem mais nos acolheu e nos salvou em diferentes momentos foram às pessoas que conhecemos graças a Arte de Viver. O couchsurfing só nos ajudou uma vez, mas o importante é que nos ajudou e acrescentou ainda mais aprendizado nessa estrada.
E farei uma série de posts com as histórias, os gastos, o aprendizado desses dias tão lindos que estarão sempre na memória. No começo, alguns achavam que era fuga. Outros achavam que eu estava louca. E alguns me entenderam desde o início. Mochilar está além de simplesmente viajar, curtir os lugares e tudo mais. Foi uma viagem para dentro tanto quanto para mundo afora e minha companheira de aventuras estava exatamente na mesma vibe que eu. Resolvemos tanta coisa, pensamos em outras, puxamos orelha uma da outra e vivemos cada segundo como devia ser.
Eu e minha companheira de aventuras, Simone, em Zagreb
Espero que vocês possam aproveitar cada palavrinha da minha aventura junto comigo. Embarquem na minha jornada enquanto eu a revisito. Foram 11 países (a princípio seriam só 10, mas acabamos passando uma noite em um país que estava no meio do caminho): Itália, Grécia, Croácia, Alemanha, Holanda, Bélgica, Irlanda, Inglaterra, França, Espanha e Portugal. 82 dias, um roteiro modificado ao longo da viagem e um gasto total em torno de R$12 mil reais (depois detalharei melhor as contas ;]). Então é isso, a partir da próxima semana, começo a série Mochilão na Europa! Não percam!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

10 coisas que aprendi mochilando pela Europa

Eu não sou diferente. Eu penso diferente. Haarlem, Holanda
Viajar é a maior terapia do mundo! Vale a pena economizar cada centavinho, tirar algumas futilidades da sua vida para encarar uma estrada com a mochila nas costas. Ano passado larguei meu emprego para passar 3 meses mochilando pela Europa. E pasmem, 82 dias viajando por 11 países (Itália, Grécia, Croácia, Alemanha, Holanda, Bélgica, Irlanda, Inglaterra, França, Espanha e Portugal) é pouco! Ainda há muito que conhecer, mas não diminui a lindeza dessa aventura.

Pôr-do-sol na Piazzale Michelangelo em Florença, Itália.
1 - Conhecer outras culturas faz você se encontrar melhor na sua, valorizar mais aquele lugar que te ampara desde que você nasceu. Seja sua pátria, sua família, seus amigos, seu amor, estar longe traz uma nova e mais ampla perspectiva, literalmente abre seus olhos. É como se você pudesse “ver de fora” sua vida e dar um novo sentido a ela. Tudo fica mais claro.

2 - É importante ter um roteiro? Sim, mas não fique preso a ele. Tenha uma ideia de onde quer ficar, por quanto tempo, mas permita que ele sofra mudanças de acordo com o desenvolvimento da viagem. Em alguns lugares você poderá ficar mais e outros (financeiramente) terá que ficar menos. De qualquer forma, tudo será perfeito como deveria ser.

Ágora Romana em Atenas, Grécia.
O Seine virou praia. Paris, França.
3 - As diferenças culturais existem, mas gente linda você encontra em qualquer parte do mundo. O que me pareceu é que europeus são bem atenciosos e realmente prestam atenção em você, abrem a casa, o coração, te dão moeda na rua se percebem que você não está conseguindo trocar uma nota de 5 euros por moedas. Esse é o diferencial de conhecer o mundo de perto e pela televisão: você percebe que tem mais gente disposta a distribuir amor do que aparece nos noticiários.

4 - Ir ao Coliseu, à Torre Eiffel, ao Big Bem e muitas outras coisas são bacanas, e você vai fazer. Mas lembre-se: um mochileiro faz muito mais que isso. Conheça as pessoas, entenda um pouco dela ao conhecer sua cultura. Ouvir é um exercício essencial numa viagem. Se permitir entrar no mundo daquela pessoa e enxergar seu cotidiano, e perceber que bem lá no fundo, nossas diferenças não são tão grandes assim.

Casal de músicos em Madri, Espanha.
Aeroporto Heathrow, Londres.
5 - Busque aprender alguma palavrinha da língua oficial do país (porque aprender os dialetos fica um pouco mais complicado). Seja um “bom dia”, um “obrigado” os moradores locais ficam felizes ao ver seu esforço em falar a língua deles e serão até mais simpáticos porque vai soar fofinho a sua tentativa de falar a língua deles.

6 - Compre sua comida no mercado, mesmo que você não seja um chef de cuisine, é bem econômico e fará você recorrer menos ao fast food (quando o dinheiro estiver mais curto). Uma das qualidades de um mochileiro deve ser “se virar com o que tem”.

Estação de trem. Fátima, Portugal.
7 - Aprenda com o mochileiro europeu: você não precisa de muita vaidade pra carregar uma mochila nas costas, outra na frente, uma bolsa e outra mala. Você precisa de conforto e pode andar descabelado sem problemas. Ah, leve a menor quantidade de roupa possível, porque depois de alguns meses qualquer peso se transforma em um monstro nas suas costas. E use uma roupa até não agüentar mais, pois lavanderia não é lá a coisa mais barata do mundo e não é sempre que você poderá perder seu precioso tempo nela.

 8 - Permita-se quebrar tabus. Franceses vão falar com você em inglês quando você estiver perdido. Italianos falam com a mão, “brigam” pra te dar a direção certa e até levam você onde você quer chegar: não se assuste pelo “falatório”, eles são uns amores! Pelo menos no verão, os ingleses param sim para te dar informação (e ainda te colocam no ônibus!). A ainda pouco falada Croácia é uma país incrível e com pessoas mais incríveis ainda! O povo irlandês é super receptivo, principalmente ao te ver focada no mapa e sem sair do lugar.

O verão irlandês. Dublin, Irlanda
9 - Ande de trem! É uma forma muito bacana de conhecer a Europa e ver muitas belezas ao longo do caminho, conhecer pessoas comuns que estão indo estudar em outro lugar, ou passar férias. Mesmo que rápido, ver cidades pequenas e tão bonitas e pensar “na próxima viagem, desço por aqui.”

10 - Aprenda a fotografar. Não perca tempo fotografando tudo e vivendo pouco a sua viagem. As memórias fotográficas são muito importantes, mas o que você está vendo e vivendo, ninguém vai te trazer de volta. Aproveite pra ver o mundo com as lentes e mais ainda sem elas. Fuja da síndrome do oriental e fotografe o suficiente, sem exageros.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Caminhos e descobertas

Estrada na Paraíba
2014 e tantos lugares novos. Tantas culturas, tantas pessoas, tanto aprendizado. Gratidão é a palavra de ordem, ter uma oportunidade dessas na vida é incrível, faltam palavras para definir e dimensionar tal experiência.O que foi vivido pode até ser comentando, mas jamais realmente traduzido. Não consigo expor tudo que senti nessa jornada, talvez quem me conhece bem entenda meu olhar, mas não sei até que ponto ele revela tudo que se passou lá fora e aqui dentro. 

Ruela em Roma
Mas em meio aos devaneios de tantos lindos lugares por onde passei, constato que em meio às aventuras e buscas, fui onde minhas raízes (as que tenho conhecimento) brotaram: Itália e Nordeste brasileiro. Não fui especificamente à Puglia e tampouco à Vitória de Santo Antão, mas estar próxima da origem de minha mãe e do meu pai me permitiu mergulhar bem lá no fundo, entender de onde vim e enxergar melhor pra onde vou. A cultura dos lugares é muito mais presente em nós de forma imensurável e carregamos os mais diversos traços dessas culturas por gerações e mais gerações. Foi a conclusão inevitável que fiz ao observar as pessoas desses lugares. Tudo que aprendi (ou que apenas “puxei”) dos meus pais estava ali, no jeito de agir, de falar, de compartilhar, enfim, de viver. Sem planejar, tive a dádiva de em um ano de tantas (re) descobertas, me aproximar das minhas origens. 
Não poderia ter recebido melhor presente do que esse. Quando você escolhe descobrir seu caminho no mundo e a vida te dá de presente suas origens...isso só pode ser resposta para suas orações. Ter essa oportunidade de entender melhor seu comportamento, suas reações e perceber como isso faz MUITO parte da cultura te faz menos escravo das suas próprias críticas, da sua vontade de ser sempre melhor. Evoluir sempre. A busca por uma versão melhor de si mesmo é essencial, mas o respeito por nosso tempo e nossos defeitos é o que nos levará mais longe. Nossos erros costumam nos ensinar mais do que nossos acertos. Nossas vírgulas nos levam por caminhos mais reveladores que nossos pontos finais. 
Centro Histórico de João Pessoa - PB

É como se olhar em um espelho, só que esse revela sua alma. Na Itália, entendi minha falta de paciência, meu tom alto de voz, o falar com as mãos, entendi a mania da minha mãe de fazer tudo, esse amor impaciente tão cheio de devoção. No Nordeste, identifiquei meu jeito "bobo" de ser, o lado doce (a lado azedinho é italiano rs), esse jeito de gostar de agradar. E você respeita mais sua essência, percebe que tem tanta gente no mundo tão cheia de defeitos e qualidades como você, gera um olhar mais sereno de si.

Eurail usado na Itália

E depois ainda querem me perguntar como sou tão apaixonada por viajar, está muito além de passear e “ter vida boa”. É uma experiência de auto conhecimento, de troca, de aprendizado com o tanto de diferença que existe nesse mundo e o torna ainda mais belo! Dia desse uma amiga me disse “ta na hora de você firmar raízes, né? Para quieta em algum lugar.” Eu estou firmando raízes em cada canto do mundo que me apaixono. Pertenço a cada lugar eu pisei e a cada lugar que pisarei. E assim a gente se (re)descobre a cada viagem. O meu porto seguro sempre está aqui pelo Rio de Janeiro, mas minhas origens estão por aí, e tantas almas para compartilhar a vida também estão espalhadas em cada canto, onde a gente se acha, se reinventa. Viver é essa grande viagem, vamos embarcar nela?


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Jampa – Um dos muitos paraísos do Nordeste brasileiro

Mar, buggy e falésias. Beleza incrível!
O Nordeste é um lugar que está nos meus planos há muito tempo, e a visita a João Pessoa foi a primeira de muitas (assim espero) visitas a esse canto tão lindo do nosso país. Queria começar pelo Recife, que é terra do meu pai, mas acabei começando a “exploração do terreno” pelo estado vizinho e de beleza tão encantadora! Difícil é ir ao Nordeste sem se apaixonar. Assumo que meu coração ficou muito balançado e não vejo a hora de voltar e conhecer mais alguns lugares paradisíacos!
Praia do Cabo Branco

Um amigo meu foi morar lá em 2014. E aproveitamos (eu e outra amiga) uma semana de novembro para ir lá visitá-lo e conhecer um pouquinho da Paraíba. Gente, comida boa (preços justos), calor suportável com ventinho gostoso, lugares lindos e gente boa...o que mais eu posso querer? Aaaah, como pude esquecer, uma boa rede, por favor ;).

Piscinas naturais do Picãozinho
Cheguei em um fim de tarde, então, só comecei a conhecer a cidade no dia seguinte e ainda assim devagar pois minha fiel escudeira só chegaria naquele dia a tarde. Então só fui fazer um leve reconhecimento (rs) da praia e caminhei pela orla, na altura da Praia de Manaíra e na volta me perdi, levemente. Peguei o ônibus errado, mas depois disso, me sentia praticamente local hahahaha. Mas o episódio foi super tranqüilo, as pessoas super solícitas, nem me deixaram pagar passagem novamente quando entrei no ônibus certo. Mais tarde, com minha fiel escudeira já em terras paraibanas, fomos todos jantar no Mangai...e lá comi a tapioca de carne de sol com nata mais MA-RA-VI-LHO-SA de todo o universo! Ai ai...e também experimentei o pão de macaxeira, outra DE-LÍ-CIA! O Nordeste é assim, deixa a gente #crazyincaps! 
Centro Histórico
Igreja de São Francisco

Agora começamos a aproveitar mesmo João Pessoa! Passamos dois dias aproveitando a Praia de Cabo Branco, comendo comida gostosa e a preço bom na praia e programando nossos passeios. Praia linda e delícia essa de Cabo Branco. Água calma, com aquela temperatura que só o nordeste de proporciona, toda aquela beleza ali nos olhos. Me vê uma água de coco e me deixar pensar na vida olhando esse marzão, por favor?

Primeiro passeio foi de barco até Picãozinho, piscinas naturais que se formam na maré baixa a cerca de 1km da Praia de Tambaú. Com lindos corais e peixinhos, é muito comum a prática do snorkel. É incrivelmente lindo!  Se você não sabe lá nadar muito bem (como a pessoa que vos fala), descer do barco com um macarrão (só pra constar, aquela bóia rs) é uma boa pedida já que toda preservação com os lindos corais é pouco, e não achar pelo caminho um ouriço-do-mar é muito importante pro seu passeio continuar bacana.
Pôr-do-sol na Praia do Jacaré
  Chegou o final de semana, e pudemos aproveitar a companhia de nossos amigos lindos moradores da cidade. Começamos o passeio no Centro Histórico, com direito a uma paradinha no Sabadinho Bom, evento de samba e chorinho na Praça Rio Branco. Tanto o Sabadinho quanto o Centro são encantadores. As casinhas coloridas, os azulejos, aquela carinha de cidade pequena, sem muitos prédios altos...ai ai, um encanto só! Depois fomos para a Praia do Jacaré, ver o famoso pôr-do-sol ao som de Bolero de Ravel tocado por Jurandir do sax. De lá, fomos num happy hour bem bacana, TreeHouse Bar Lounge!

Pedra furada - Praia do Amor
Depois de um belo final de semana, era dia de mais passeio! O tão esperado passeio de buggy pelas praias do litoral sul. Se eu já estava apaixonada, aí que morri de amores de vez. Pensei em nem voltar, ficar por lá mesmo pois seria muito difícil largar aquele lugar tão lindo! Começamos pela Praia do Gramame, com maré baixa e um horizonte fantástico! Achei a piscina perfeita pra minha vida! De lá fomos para a Praia do Amor, onde há uma pedra furada e diz a lenda que quem passa por debaixo dela tem sorte no amor, já que era onde os índios faziam rituais de casamento. Nosso guia disse que deveríamos fazer um pedido ao passar debaixo da pedra...e se ele se realizar, temos que voltar para agradecer. Vamos ver né? Hehehe

Falésias - Praia da Tabatinga

No caminho para a próxima praia (da Tabatinga) começou o espetáculo da natureza e suas incríveis falésias. A paisagem mais linda de toda viagem, diria eu. UAU! Depois de babar horrores e essa paisagem linda, fomos para um “canyon” na Praia de Coqueirinho. Juro que não tenho uma palavra sequer a dizer, nenhum adjetivo consegue realmente mostrar o que é aquilo, ver é o melhor remédio para entender ;).


Praia do Coqueirinho
Depois de uma praia seguida de outra, tivemos um tempinho para curtir a praia e almoçar na Praia do Coqueirinho. E no caminho para a praia naturista de Tambaba, demos uma passada para ver de cima o “canyon” e mais uma vez ficou difícil até respirar com tanta beleza. Eu já disse que quero morar lá? Rs. Chegamos à Praia de Tambaba. Ok, amarelei, não fui “natural o suficiente” para entrar na parte reservada. Fiquei na parte não naturista da praia, mas da próxima vez que for a João Pessoa, vou encarar! E lá acabou nosso dia lindo e incrível... e o passeio também já estava chegando ao fim.

Canyon do Coqueirinho
Nosso último dia inteiro lá era pra fazer o passeio das piscinas naturais da Ponta dos Seixas, mas acabamos nos enrolando, o motorista do ônibus nos deixou no lugar errado e não tínhamos como chegar a tempo do passeio. Ok,curtimos mais uma praia sossegada, pra se despedir de João Pessoa e fomos ao Mercado Público de João Pessoa. Dia seguinte só deu pra comprar tapioca, castanha e umas outras coisinhas pra trazer pra casa. Ai ai, coração ficou dividido, não queria largar aquela cidade linda!

Uma nota importante: tome suco de seriguela, sorvete de tapioca, sorvete de castanha, coma qualquer coisa de carne de sol com nata, experimente pão de macaxeira e tantas outras coisas maravilhosas da cozinha nordestina que você pode encontrar por lá. Nordeste te deixa com gosto de quero mais. Não vejo a hora do próximo destino por aquelas terras lindas!

Passagem: RJ-João Pessoa (Ida e Volta):  R$ 434,32

Estadia: Casa do meu amigo :)


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

3 dias em um pedacinho do paraíso: Ilha Grande

Lagoa Azul

Há algum tempo, a Região dos Lagos do Rio de Janeiro perdeu uns pontos no meu coração para a Costa Verde.  Cada uma com sua beleza, mas hoje acho esse um dos trechos mais bonitos do estado do Rio de Janeiro, senão o mais bonito. Há tempos que quero ir pra Ilha Grande, mas sempre havia um contratempo. Ano passado (2014), quando o mochilão pela Europa estava chegando ao fim (http://ideiasmochileiras.blogspot.com.br/2015/01/mochilao-pela-europa.html), fiquei pensando “quando eu voltar alguém poderia estar disponível pra ir comigo, até iria sozinha, mas ir com algum amigo seria ainda mais bacana.” Volto, passo uma tarde com uma amiga e ela me diz “a gente bem que poderia viajar pra algum lugar esses dias hein? Eu: vamos pra Ilha Grande? Ela: Bora!”
Naufrágio do Helicóptero
E lá fomos nós em meados de setembro (quase final, perto do meu aniversário hehe) aproveitar uns diazinhos nessa lindeza de Ilha! Como sempre, a previsão do tempo era das mais desanimadoras...fomos pra Angra dos Reis para pegar a barca de lá. E que belo pé d’água nós pegamos durante a espera pela barca, mas chegando na Ilha só estava fresquinho (bom, pra carioca tava frio hahahaha) e chuviscando. Maaaas no dia seguinte o sol nasceu lindo pra gente.

Eu e minha amiga Chá na Praia de Aripeba
Como somos otimistas, na noite chuvosa anterior já reservamos um passeio de lancha: Meia volta à Ilha. E o dia não poderia estar mais lindo! E então, lá fomos nós na lancha do Jiraya para conhecer a Praia da Feiticeira, Saco do Céu (praia do Amor), Lagoa Azul, Praia da Aripeba, Naufrágio do Helicóptero, Maguariqueçaba e Lagoa Verde. Único ponto que não paramos foi o Saco do Céu porque o sol já não batia lá e o ventinho não tava pra mergulho. A primeira e mais longa parada para mergulho foi na belíssima Lagoa Azul, mas não estava cheia de peixinhos como de costume L. Não me recordo a ordem das paradas depois, mas só posso dizer que era um lugar mais lindo que o outro e impossível não se apaixonar! O passeio dura praticamente o dia inteiro e vale a pena! Optamos por esse passeio porque devido às condições climáticas o passeio Volta à Ilha não seria possível.
Praia de Lopes Mendes

E no último dia inteiro para passeio, fomos para praia de Lopes Mendes. Só digo isso, ninguém perguntou se queríamos com emoção ou sem emoção!!!!! E foi com muuuita emoção. Pegamos um flexboat (aquele mais rápido) e, digamos assim, ele estava com bastante pressa para um mar agitado! Diversas vezes as viradas foram de deixar o coração na boca, entrou muita água e ficamos encharcados, mas chegamos todos vivos! Ufa! Mais uns 20 minutos de caminhada e chegamos à praia... ai ai, de tirar o fôlego! Muito vento, mar forte, mas conseguimos aproveitar bem o dia. Valeu até o susto da ida hahaha, na volta a “corrida” foi mais tranqüila e nem água entrou na embarcação. Ai ai, último dia e fomos parar num bar muito bacana (que eu não lembro o nome) de um argentino que nos explicou os drinks que não conhecíamos e sobre fernet (bebida italiana muito comum na Argentina) e fiz meu primeiro brinde de 28 anos (uhuuul, parabéns pra mim).
Vista no início da trilha

Na trilha
Dia seguinte, meu aniversário e dia de tentar pelo menos jantar com a família. Acordamos cedo e fizemos uma pequena trilha ali pela Vila do Abraão mesmo (não fomos muito longe, pois não daria tempo de voltar), Ficou aquela vontade de “quero mais”. Um conforto? O tempo mudou e ia voltar a chover naquele dia, então nos sentimos menos mal por ter que deixar aquele pedacinho de paraíso. Voltar? Com certeza! Para conhecer o que ainda falta e reconhecer o que já vi, ficar mais tempo olhando cada detalhe simplório daquele lugar. É quase uma obrigação se dar uns dias por lá! E você, está esperando o que pra conhecer um pedacinho do paraíso?


Passagem: Rio-Angra (Ida e Volta.Ônibus): R$90,00 (aproximadamente)
                   Barca (Ida e Volta): R$ 28,00 
                      
Estadia: Pousada Aconchego - R$ 150,00


Mais fotos no Flickr: https://www.flickr.com/photos/ellenpedercane/albums/72157657468672358

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

3 dias por Vitória e Vila Velha

Praia de Camburi
No Rio, existe uma piada infame (havia até uma comunidade no falecido Orkut falando sobre isso) que diz que o Espírito Santo só serve para separar a gente do carnaval da Bahia. Piada injusta, dessa tal malandragem carioca não é? Uma amiga já está vivendo lá há algum tempo e nas minhas férias de 2013 peguei uns 3 dias pra ir lá e conhecer um pouco das terras Capixabas. Conheci Vitória e um pouco de Vila Velha. Visto que minha amiga é museóloga, o passeio foi um tanto cultural!
Palácio Anchieta
      Catedral Metropolitana        
Meu primeiro dia por lá, fiquei caminhando pela praia enquanto minha amiga estava no trabalho. Era agosto, era inverno, mas estava um belo sol e eu não aproveitei, pois fui preparada para pegar um friozinho (a previsão do tempo sempre me enganando hahaha). Passei a manhã caminhando e fotografando a praia de Camburi. Resolvi tomar uma água de coco e conheci um carioca gente boa que largou o Rio por Vitória pela tranqüilidade do local, vende água de coco há 1 real (no Rio é um tanto mais caro) e ainda ganhei dois copos, já que cariocas sempre fazem logo parceria com cariocas hahaha e em um dia quente, quem negaria? 
Pela tarde fiz um tour pelo Centro Histórico de Vitória tendo minha amiga como guia. Passamos pelo Palácio Anchieta (onde fica a lápide simbólica de José de Anchieta), Catedral Metropolitana de Vitória e Instituto Goia, ONG voltada para preservação do patrimônio culrural.
Paneleiras
     Igreja Nsa Sra do Rosário      
Vamos aos historical facts: O Palácio era o Colégio São Tiago erguido como nova sede para a Igreja homônima após um incêndio. Primeira ala do colégio foi erguida pelo Padre José de Anchieta que foi enterrado no altar mor da Igreja de São Tiago. O prédio é tombato pelo Conselho Estadual de Cultura e abriga setores ligado ao gabinete de Governo. A Catedral . Começou a ser construída no início de século XX (por volta de 1920) próximo de onde se localizava a Matriz, esta eu foi demolida devido a deterioração e por sua pequena capacidade para abrigar fiéis, se tratando de uma Catedral. Em estilo neogótico, sua obra foi concluída apenas no anos 70.
   Eu e minha amiga Paula na Casa da Memória de Vila Velha
No dia seguinte, o passeio começou pelas Paneleiras, no bairro de Goiabeiras. A produção artesanal de panela de barro, super tradicional no Espírito Santo (as moquecas, inclusive, sempre são servidas dentro dessas panelas), pode ser acompanhada durante a visita e você também pode sair de lá com algumas panelinhas. Como minha mala era pequena, só trouxe uma pequenina de lembrança. De lá, fomos para Vila Velha, começando o passeio pela Ladeira da Penitência. Queríamos até pagar uns pecados por lá rs, mas o portão da ladeira estava fechado. Passamos pela Casa da Memória de Vila Velha, Igreja Nossa Sra do Rosário e subimos ao Convento da Penha com uma bela vista para apreciar o pôr-do-sol e de onde se vê a Terceira Ponte, que liga Vitória a Vila Velha.
Convento da Penha
Terceira Ponte
O último dia começou pelo Parque da Pedra da Cebola. Um parque super fofo, com muita gente (especialmente famílias) fazendo piquenique, crianças brincando e uma pedra que realmente se parece com uma cebola gigante rs. Depois voltamos ao calçadão e fomos almoçar. Ok, tinha que comer moqueca né? Bom, a pessoa aqui não curte, mas para dizer que não experimentei um prato típico da região, comi a versão de banana do prato. Depois disso caminhamo (uma longa caminhada) até o Pier Iemanja. Para terminar o dia, fomos ao shopping Vitória que tem uma vista bacana da Terceira Ponte e do Convento da Penha. E assim foram os dias por essas duas cidades do Espírito Santo, um estadia rápida mas muito boa!
Parque da Pedra da Cebola
Bom, acho que se tratando de Brasil comer bem é muito comum. Comida boa é o que não falta nesse gigante e não seria diferente no Espírito Santo. Comida boa, farta e com um preço bem justo (ao menos em 2013). Então mais um ponto para valer o passeio pela região. Esse Brasil é mesmo um “país abençoado por Deus e bonito por natureza”, como diria Ben Jor.


Passagem: Ônibus(Ida e Volta): R$ 90,00 (aproximadamente)

Estadia: Casa da minha amiga :)

Mais fotos no Flickr:

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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Bombando em Bombinhas

Surfistas na Praia de Mariscal
E quantos paraísos espalhados há por esse Brasilzão de meu Deus? Incontáveis, infinitos! A paixão da vez é a lindíssima Bombinhas, no litoral de Santa Catarina. Lugar de paz, praias lindas e gente boa. Como mochileira, a gente sempre procura um modo econômico né? Então, fomos eu e duas amigas por Curitiba pra de lá pegar (alguns) ônibus para chegar na linda Bombinhas. O trânsito no litoral sul é bem intenso, como já havíamos sofrido na pele indo pra Ilha do Mel (relato aqui: http://ideiasmochileiras.blogspot.com.br/2014/12/um-doce-de-ilha-ilha-do-mel.html) e não foi diferente para Bombinhas, com a companhia da chuva o trecho de 3 hrs se transformou em em 8 hrs de estrada. Mas ok, ao chegar no hostel Toca da Moréia, fomos recebidas com palmas (finalmente chegaram hahaha) e tivemos certeza que estávamos no lugar certo! ;)


Praia da Lagoinha
Praia de Bombinhas
8 dias encantadores (de 26 de dezembro a 3 de janeiro) A previsão do tempo era desanimadora, mas o acordo é esse: acorda, coloca o biquíni e praia! E São Pedro foi super parceiro e só não teve sol no primeiro dia (mas deixou um mormaço quentinho bom pra mergulhar) e todos os outros dias de lindo sol! Chuva? Só aquela de final da tarde ou início da noite, típico do nosso querido verão.

Praia de Quatro Ilhas
Cada dia mais lindo que o outro, cada praia mais linda que a outra. O primeiro dia começou com um tímido mormaço e resolvemos ir para as praias mais próximas do hostel. Então caminhamos e mergulhamos pelas praias de Prainha, Embrulho, Lagoinha e Sepultura. Todas lindas.
Mariscal: vista do Mirante

Finalmente, no dia seguinte o astro rei veio passar todos os dias conosco, e veio com tudo! E passamos o lindo dia na Praia de Quatro Ilhas. Muito bonita e já com bastante turista indo curtir as festas de final de ano no litoral catarinense!  A tarde caminhamos um pouco pela Praia de Bombinhas (a mais cheia de todas), também muito bonita!

Praia Retiro dos Padres
Na segunda, foi dia da praia de Mariscal...uma caminhada de muitos km! Subimos morro, descemos morro com um sol daqueeeeles na cabeça...mas ao chegar na praia, valeu cada passo dado. A melhor água, a praia com mais gente bonita, a praia mais linda...tudo muito bom! A subida da volta era pior, mas quando estávamos caminhando, recebemos um convite de carona e aceitamos sem pestanejar! Mais perfeito impossível!

Noite de Réveillon na Toca da Moréia
Depois de uma noite com baladinha, quem acordaria cedo para fazer passeio de barco? Bem...nós não acordamos. O dia foi para passear com nossas novas amigas de infância de Sorocaba e nossa irmãzinha de Porto Alegre. Fomos caminhando até o bairro de Bombas para ir ao banco (uma bela caminhada), que é rapidamente compensado pela Milkshakeria super top com todos os sabores possíveis e imagináveis. Na volta, fomos à Praia do Retiro dos Padres.

Com o figuraça do Fernando, dono do hostel
Dia seguinte é 31, é noite de réveillon, é nochevieja, é dia de festa!Um dia mais calmo, de caminhada pelas praias próximas, pensar no ano que passou e abrir o coração para o ano que está por vir. E passar o réveillon na Toca da Moréia não é pra qualquer um! A vibe é das melhores, é top! É a família Toca da Moréia. É assim que você se sente desde que chega: em casa, cercada de pessoas queridas e atenciosas, com um belo sorriso e coração aberto para te receber. E como não começar o ano bem com tanta energia boa? Impossível! Definitivamente, começamos 2015 com o pé direito!

Areia da Praia de Mariscal
Os poucos dias que precederam a noite de réveillon foram mais tranqüilos, de praias já conhecidas, comida boa e aproveitar as companhias tão queridas. E fizemos um passeio de barco, que sai do Trapiche da Praia da Lagoinha e vai até Ilha de Porto Belo passando pelas praias de Bombinhas, Bombas e do Ribeiro (pensamos que haviam mais paradas no trajeto, mas o passeio valeu pela vista). 
Ilha de Porto Belo
E assim terminou a APAIXONANTE estadia em Bombinhas, com gente querida, dias muito bons e praias lindas. Como bom filho a casa retorna, qualquer hora dessa voltaremos, até porque precisamos conhecer as praias de Canto Grande, Conceição, Tainha, Morrinhos e Zimbros e a Toca da Moréia está lá pronta para nos receber! Fica a dica pro réveillon 2015/2016 ;)

Passagem: Rio-Curitiba (Ida e volta, avião): R$367,74
                   Curitiba- Bombinhas (Ônibus + Táxi - Ida e Volta): R$70,00 (aproximadamente)

Estadia: Toca da Moréia - R$ 800,00

Fotos de Bombinhas no Flickr:
https://www.flickr.com/photos/ellenpedercane/albums/72157657887831745

Obs: Se não ficou claro, indico a Toca da Moréia para estadia em Bombinhas, tá? rsrs