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quinta-feira, 9 de junho de 2016

Além das fotos - 02: A beleza de Machu Picchu e arredores


Machu Picchu
Machu Picchu era uma daquelas viagens sonhadas há tempos e não importa o tamanho da expectativa, pra mim esse foi um dos poucos lugares no mundo que superou essa expectativa. Foi onde o “bichinho da wanderlust” me pegou de vez. A energia, a história do lugar, aquele povo que ainda vive daquela história seja para sustento, seja na sua formação cultural. Cuzco/Machu Picchu me lembram cores, histórias riquíssimas de um povo cheio de ideias, de uma cultura que é berço da nossa América Latina. Essa cultura de nossos índios que em tantos momentos são tão esquecidas. É nossa raiz, é quem habitava esse continente antes de tantas descobertas. E o legado inca é belíssimo!

Passeio pelo Valle Sagrado, suas cores e suas llamas
Eu indico essa viagem pra todo mundo. Especialmente para nós latinos que nos conhecemos menos do que deveríamos. Peru é um trecho da fascinante América andina, que sonho em conhecer cada país e cada canto dessas lindas montanhas que formam a Cordilheira dos Andes. Mesmo com o ar rarefeito das grandes altitudes, vale a pena o coração mais acelerado e o soroche dos primeiros dias. Chegar a Machu Picchu, olhar aquelas ruínas, ouvir a história dali e olhar aquelas montanhas ao redor...é de tirar o ar!

Eu só fico um pouco triste de ter viajado assim que comprei minha câmera e mal sabia usá-la, apenas tinha aprendido a usar no modo manual em um vídeo no youtube e pronto. Hoje acredito que a quantidade de fotos seria bem menor e a qualidade delas melhor haahha, mas faz parte. Apesar do mundo ser enorme e ter tanta canto pra conhecer, esse é um canto que desejo voltar e emendar no resto do país para conhecer suas outras lindezas!



Espero que vocês curtam essa série de fotos e fatos tanto quanto estou curtindo escrevê-las! Até o próximo post, galera J

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Chi chi chi le le le - Viva Chile!

Cordilheira linda!
E tem POST novo? Tem! Depois de ter que “sossegar” com as viagens para recomeçar a vida (devidamente explicado aqui neste post: http://ideiasmochileiras.blogspot.com.br/2016/01/e-por-que-nao-tem-post-novo.html), as viagens estão devagarzinho voltando por aqui. Uma das minhas irmãs está morando em Santiago e a passagem por lá já era mais que obrigatória. Passei um pouco mais de uma semana por lá, mas sempre acaba faltando algum lugarzinho pra visitar não é?

Bom, viajar com estadia gratuita é sempre ótimo! Levei uma amiga e ficamos onde minha irmã mora, em Maipú. O início do outono foi de dias quentes com manhãs e noites bem fresquinhas. E andamos muito, muito, muito e mais um pouquinho!

No primeiro dia andamos pelo Centro de Santiago, começamos a caminhada pela Plaza de Armas. Bom, antes de caminhar começamos comendo o completo (cachorro quente) chileno e indico muito para os amantes de cachorro quente ou não! Tem vários tipos, experimente todos os sabores que puder! Começamos pela Catedral Metropolitana que fica na praça mesmo e depois seguimos pelo Centro passando pelo Centro Cultural Palacio de La Moneda (que estava com uma exposição fotográfica bem bacana sobre o Chile e seu povo) e muitas igrejas que assumo não recordar o nome: todas com uma belíssima arquitetura.
Quinta Normal

No outro dia começamos pelo Museu de Belas Artes de Santiago e de lá partimos para o Cerro de Santa Lucía, que possui uma vista bem bonita da cidade. Continuamos nossa caminhada pelo Centro passando pela Igreja de San Agostín, onde fica o Cristo de Mayo, imagem se manteve intacta durante um terremoto com apenas uma mudança: a coroa de espinhos caiu para o pescoço e não conseguiram colocá-la novamente na cabeça de Jesus (se entende espanhol, leia melhor a história aqui: http://www.guioteca.com/fenomenos-paranormales/cristo-de-mayo-una-increible-y-milagrosa-historia/. Seguimos para o Mercado Central, mas já estava fechado e acabamos indo para um pé sujo que dizem ter o melhor drink terremoto de toda cidade: o La Piojera.

O terceiro dia foi mais tranqüilo, fomos para a Quinta Normal e visitamos dois museus beeem bacanas o Museo de La Memória y los Derechos Humanos, com uma exposição muito boa sobre a ditadura militar chilena e o Museu Ferroviário, com vários trens antigos.  O dia seguinte também foi dos tranqüilos, fomos ao La Moneda ver a troca de guarda (ocorre dia sim, dia não às 10 da manhã) depois continuamos pelo Centro e fomos até a Plaza Brasil (mais ao acaso do que de propósito hahaha). À noite fomos ao bairro boêmio Bellavista com muito karaokê e reggeaton para bailar!
Troca de Guarda

E no quinto dia conhecemos as ruas de Bellavista pela manhã a caminho de La Chascona, uma das casas de Neruda que hoje é uma casa-museu desse maravilhoso escritor, vale muito a visita. A entrada custa 6.000 pesos. Infelizmente só pude ir nessa cada de Neruda, mas ainda tem a La Sebastiana em Valparaíso e a de Isla Negra. Depois fomos ao Cerro de San Cristóbal, mais alto que o de Santa Lucía e com uma vista ainda mais incrível da cidade! É dos passeios indispensáveis!

O dia seguinte foi mais leve, ficamos ali pela municipalidad de Maipú mesmo, onde minha irmã mora. Comemos no Mercado Municipal de Maipu, o tamanho dos peixes de cada prato eram muito grandes e vale a pena experimentar o peixe frito/empanado deles, diferente e bem gostoso! De lá fomos ao Templo Votivo de Maipú ou Basílica de Nossa Senhora de Carmem, onde há um mirante bem bacana da região. E curiosamente o rapaz que trabalha lá está estudando português, é um apaixonado pela cultura brasileira e quis conversar um pouco conosco.

La Chascona
Depois de tanto andar por Santiago estava na hora de fazer um bate volta para Valparaíso e Viña Del Mar. Pegamos ônibus para la no terminal de ônibus Pajaritos. Todo calor que fazia em Santiago, não fazia por lá. Dia bem friozinho e nublado em boa parte do dia. Chegamos andando em um os elevadores (ascensores) que são famosos em Valparaíso. Aproveitamos a vista e depois seguimos de ônibus para o Cemitério. Sim, os cemitérios lá são bem bonitos e indicados para passeios turísticos (é estranho, mas vale a experiência). Outra experiência fantástica é pegar um ônibus comum, pois são totalmente vidaloka e correm como se não houvesse amanhã nas subidas e descidas de Valparaíso. Valparaíso é colorida, cheia de subidas e mirantes bonitos. Comemos em um restaurante com sanduíches gigantescos, o Mastodonte, e partimos para Viña Del Mar.

Em Viña o Sol foi nosso amigo e apareceu um pouco, deixando a paisagem balneária mais bela! Mesmo com o mar gelado, ir lá e tocar no Oceano Pacífico é algo obrigatório! Continuamos passando pela cidade, passamos (e não entramos) pelo Casino, Plaza Colômbia e por um Moai original da Ilha de Páscoa que há na cidade.

Últimos dias foram para conhecer mais as ruas do Centro de Santiago, visitar feirinhas (tem uma ótima próxima ao Cerro de Santa Lucía) e a Estação Central de trem. E deixamos para o último dia conhecer o lindíssimo Cajon Del Maipo, que fica ali no pé da Cordilheira com aquela vista de tirar o fôlego! Lá também se encontram piscinas termais, mas deixamos para próxima ida ao Chile. Antes de viajar li em alguns blogs que não recomendavam fazer passeio pela Cordilheira sem neve. Bom, aí fica a critério de cada um, mesmo estando sem neve e no início do outono o visual é tão lindo que acredito que pra mim já valeu a pena.
Cajón del Maipo

Além desses passeios não deixe de comer: o completo (cachorro quente),frutos do mar (pra quem curte), salmão, ceviche, cazuela chilena e outra coisas mais. Ah, se gosta de abacate você encontrará ele tanto no completo como no japonês, e acredite, fica uma delícia! Beba pisco, beba terremoto, enfim, beba!

Até a próxima, galera!

Estadia: Grátis.
Gastos totais (comida, locomoção): R$500
Passagem: R$1.0001


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Como guardar dinheiro para viajar

Cofrinho esperando a próxima viagem hahahha

Por muito tempo viajar era algo um pouco distante da realidade de muitos brasileiros. Felizmente essa realidade mudou, mas é sempre bom viajar tranqüilo, sem muitas dividas. No caso de mochilões mais longos então, neeeeem pensar em colocar os pés pelas mãos financeiramente. E não é preciso ganhar rios de dinheiro, só é preciso saber economizar, então hoje darei algumas boas dicas pra você que quer fazer aquela viagem com o porquinho que já tá estourando de tanta moeda! Hehehe. Bom, eu comecei a juntar dinheiro por outros motivos desde meu primeiro estágio onde recebia apenas 600 contos (e com uma bolsa 200 continhos maior fui à Buenos Aires)

1- Caso ainda não possua uma poupança, faça uma.

É uma boa forma de guardar uma graninha e mesmo sendo pouco, de quebra ainda rende alguma coisa. Defina uma quantia mensal (de acordo com seus gastos fixos) e guarde a grana antes de torrar! Meu método era: receber, guardar e aí sim pagar as contas e os gastos corriqueiros. Uma dica: se no final do mês por acaso ainda tiver um suspiro na conta aproveite e jogue pra poupança sem titubear.

2 – Entenda melhor seus gastos.

Será que a conta do cartão de crédito está mais alta do que deveria? Pegue suas contas e veja pra onde seu dinheiro está indo e questione a necessidade de todos os seus gastos, a gente sempre descobre uma futilidade ou outra a qual podemos viver sem traaaaanquilamente.

3 – Repense seus gastos básicos.

Depois de entender as contas e o supérfluo, é hora de pensar se aquela conta de telefone não pode ser reduzida, ou ver se a TV a cabo realmente vale o gasto, aquela academia que você só aparece uma vez na semana (quando aparece), entre outras coisas.

4 – Otimize as contas de casa.

Em tempos de altas nas contas como água e luz, essa economia fica ainda mais válida! Sabe aquela lâmpada econômica que você diz que vai experimentar e não o faz? Essa é a hora. Sabe quand você larga todas as luzes da casa acesa sem necessidade? Hora de parar. Aquele filme que você passou duas horas dormindo com a TV ligada? Acho que é uma boa trocar por um livro deitada na cama. Banhos longos, a louça sendo lava com água corrente, esses pequenos detalhes você pode te ajudar a fazer uma baita viagem e a ter costumes mais saudáveis quando voltar dela ;)

5 – Revisite as opções de lazer.

Sim, ta aí um campo que atrapalha muito na hora de juntar uma grana: as saídas! Claro que precisamos de lazer, mas gastar menos na noite vai te render alguns dias de mochilão a mais! Arranjar mais gente pra rachar o táxi, buscar alternativas mais baratas de saída valem muito a pena! Eu tive que abrir mão de alguns eventos, mas não me arrependo nem um pouco de umas sextas feiras em casa perante o que vivi na viagem!

6 – Compre o que precisa.

Sabe aquele consumismo louco que a gente compra várias coisas que não precisa? Então, fuja dele! Compre só o necessário. Aquela blusa linda está em promoção? Mas você tem umas parecidas não é mesmo? Ahahhaha. Segura a onda e comece a pensar em coisas úteis que você precisará durante a viagem. Tudo é investimento, no more waste.

7 – Use menos carro.

Para os motorizados, lembrem do preço da gasolina, do trânsito maravilhoso das cidades grandes desse país, de estacionamentos e que a vida ta ficando muito sedentária pra você que vai à padaria de carro! Esses centavinhos aí vão lhe render quase a viagem inteira, viu?

8 – Defina o quanto vai gastar na viagem.

Esse item não entra necessariamente nessa ordem, mas estipula sua meta de gastos. Estude bem o roteiro pretendido, chegue ao seu número da sorte e foco! Rapidinho chega a hora da viagem e ir sem ter o peso de dívidas absurdas é muito melhor. Se deixar você volta com um trocado pra deixar guardadinho pra próxima!

Pode parecer difícil a princípio, mas depois você percebe que são hábitos ótimos pro seu dia a dia e como gastamos dinheiro com coisas suuuper desnecessárias! Boa sorte nos novos hábitos e boas viagens, galera!


Até o próximo post! J

Obs: Para saber sobre os meus gastos no mochilão, dá um pulinho nesse post aqui:

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Ode à estrada!


Hoje o coração acordou apertado, queria acordar em qualquer outro lugar, sem qualquer planejamento, sem saber as surpresas que o dia aguardava, sem saber onde o dia acabaria, que pessoas passariam pela minha vida dando direções ou conversando sobre a vida, sem pensar que dia é hoje ou amanhã. Saudade até do planejamento antes da viagem, de encurtar a vida social para ter uma graninha, de passar dias olhando preço de passagem e da comemoração de achar um preço mais bacana em um dia qualquer.

Estrada para Águas Calientes, Peru
Saudade de estar com a mochila nas costas, mesmo que os ombros reclamem do peso dela você ao longo da viagem comece a se livrar de alguns pertences, afinal, a cada dia fica mais claro que você não precisa muito pra viver bem. Ai, e como é bom estar mais desligado e passar tanto tempo sem prestar atenção em uma televisão, saber de poucas notícias e usar o Facebook apenas pra mostrar pra sua mãe que você está viva. É reconfortante ver o mundo diante dos seus olhos, assistir a bondade das pessoas ao invés de engolir a força notícias de catástrofes humanas replicadas ferozmente por tanto veículos de comunicação.

Estação de trem de Fátima, Portugal
Ai, como é bom filosofar sobre a vida com uma pessoa que você conheceu há meia hora e mesmo assim vocês se escutam tão bem que a prosa rende. E ver que a vida não é nada efêmera, que cada segundo é eterno. Ver que nossa beleza está na essência e que não há nenhum mal em viver sem um pouco de maquiagem dia ou outro. Como é bom encurtar as distâncias do olho no olho e não ter medo de apenas ser. É muito gostoso ter um “lar” em cada canto que se vai, e falar no fim do dia “em casa a gente pensa nisso. Mas você mora aqui? Bem, minha casa é onde eu estiver”. É um pertencer as suas raízes e onde quiser ir. É alguém que nem fala a mesma língua que você ter zelo, te abraçar e te dar biscoitos e sucos pra vc não ficar com fome. É ter melhores amigos feitos em 2 dias e chorar ao seguir. E será verdade mesmo que existem pessoas que não gostam de viajar?

Saudade de arrumar a mochila pra pegar o trem no dia seguinte. Saudade até do leve perrengue de pegar ferryboat, ônibus, trem, andar e demorar mais de um dia pra chegar à algum lugar. Saudade de ter que mudar alguns planos quando a chuva atrapalha algum passeio e pensar “ok, agora tenho que voltar mesmo”. Saudade de dormir no trem com medo de perder a estação certa pra descer (quando não era a última). Saudade de não ter espaço para mim e a bagagem em um mesmo vagão. Saudade de olhar a paisagem pela janela até os olhos se fecharem.


Chegando à Roma, Itália
Saudade das histórias que cruzam o nosso caminho. Saudade dos encontros. Saudade de ficar secretamente apaixonada por italianos e gregos a cada segundo. Saudade de pensar na próxima viagem enquanto ainda havia muito a ser vivido naquele momento. A estrada é linda de qualquer forma. Seja de avião, navio, ônibus, trem, moto, carro ou bicicleta, ela te proporciona aprendizados, meu amigo, que você não vai achar em outros lugares. Ela te leva a lugares que comumente você pode tentar fugir. Ela abre outros caminhos. Ah, a estrada faz muita falta. Quando você pega o jeito, ir é tão bom quanto voltar. A estrada se torna sua casa também e por isso que em tempos dá uma saudade forte dela, até conto quanto tempo não te vejo (8 meses, no caso). Qualquer hora a gente se vê, estrada é sempre caminho de mochileiro!

Até o próximo post, galera! :)

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Mulheres viajando por esse mundão (sozinhas ou acompanhadas)!

Em Zagreb, Croácia

Cada dia mais temos a felicidade de ver mulheres viajando sozinhas e sem medo pelos quatro cantos desse planeta terra! Hoje temos por aí uma quantidade enoooorme delas dividindo suas experiências por blogs, instagram ou até mesmo em fóruns de mochileiros. Mesmo em alguns lugares onde há mais dificuldades para mulheres circularem com tranqüilidade, podemos encontrar relatos de muitas corajosas vivendo maravilhosas experiências nesses lugares. Hoje a mulher pede carona, é experta pra fugir da carona caso perceba que não é uma boa, acampa sozinha, enfim, estamos exercendo cada vez melhor nosso direito de ir e vir.

Sozinha no Louvre
Eu ainda não mochilei sozinha (o mochilão pela Europa foi todo programado para estar sozinha, mas uma amiga apareceu de última hora e quis entrar no meu roteiro), mas viajo geralmente com uma amiga ou duas, sempre muito “clube da Luluzinha” hehehe. E também tenho o prazer de ser cercada por mulheres aventureiras que viajam sozinhas (ou comigo hahaha), uma inclusive tem uma blog super legal sobre suas aventuras (http://vivianerosatrilhas.blogspot.com.br/) e trabalha aqui no Rio de Janeiro como guia de trilhas e outras coisitas que te deixam pertinho da natureza*.

Com minha companheira de viagem (brincando) no Coliseu
Durante o mochilão os dias que tive sozinha foram em Paris, minha companheira de viagem já conhecia a cidade da luz e precisava resolver algumas coisas e logo tive alguns momentos só meus por lá. E mesmo que meu francês se resuma a “bonjour”, “bonsoir” e “je ne parle pas français”, foi bem tranqüilo caminhar por lá e na hora da dúvida usar o inglês mesmo. Andar sozinha por um lugar que você não conhece é uma emoção diferente. Você precisa aprender a contemplar e a prestar atenção ao mesmo tempo. Você ri e fica com medo quando percebe que está perdida e ainda continua no caminho errado. É divertido pedir pra um desconhecido tirar sua foto e saber que nunca vai ficar do jeito que você quer, mas será uma ótima lembrança de qualquer forma.O horário é seu, o passo é seu, a estrada é sua, você pode parar por horas em algum lugar para observar e fotografar, compartilhar é maravilhoso, mas estar sozinho nos leva um pouco além.


Conhecendo gente boa em hostels

Como qualquer viagem, o planejamento é essencial e nesse caso ainda mais! Estudar os locais que pretende conhecer, seus costumes, se deve ou não prestar mais atenção na cidade X ou Y. E no final das contas, sozinha é o que você menos vai ficar. Tem milhares de pessoas em hostels, passeios e afins que optaram por uma viagem solo e acredito que isso ajude ainda mais a conhecer uma galera do bem ao longo do caminho. Está no meu planejamento uma trip sozinha, mesmo curta, e pode ser aqui pelo Brasil mesmo. Viajar vale a pena de qualquer forma. E é muito bacana ver a mulherada botando a cara no mundo e dividindo lindas experiências. Então, vamos viajar mais? Nada de “vou ficar por aqui pois não tenho companhia”, meus caros, o mundo inteiro é companhia pra gente J

Até o próximo post!

*Saiba mais em: http://www.vivitrilhas.com

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Quando a vontade de mochilar começou!

Valle Sagrado, Peru
Ultimamente tenho lido alguns textos sobre o tal do “gene wanderlust” e, assumo que ainda não formei opinião sobre o assunto e não sei se algumas pessoas nasceram pra viajar e outras não, só sei que viagens podem ser experiências transformadoras. E viajar foi um oceano de descobertas pra mim, foi como tirar uma venda dos olhos e ver como o mundo é grande e te chama para cada canto dele com uma infinidade de cultura, pessoas e oportunidades pra você aproveitar. Não sei se tenho o gene, mas resolvi compartilhar um pouco de como tudo começou pra mim, essa vontade infindável de ir pelos cantos desse mundão!
Caminho da Hidrelétrica até Águas Calientes, Peru


Veneza, Itália
Anos estagiando, anos se privando de longas viagens por alguns motivos e depois de um ano meio de trabalho e chegaram as minhas merecidas FÉRIAS (agosto de 2013)! As primeiras férias da vida e eu optei a ir para Machu Picchu, comprei as passagens uns 3 meses antes (e sim, chegando perto tentaram adiar minhas férias), fiz as reservas e depois de uns conselhos de um amigo, montei o roteiro junto à uma amiga que me acompanhou nessa primeira aventura. Já tinha feito algumas viagens, já tinha ido á Buenos Aires (a primeira internacional), mas foi em Cusco que tudo mudou.

Foi em Cusco que eu percebi que não queria ser só turista. Foi em Cusco que eu percebi que uns minutinhos que fossem parar e olhar como aquela cidade funcionava, como aquelas pessoas se comportavam, era mais importante pra mim do que fazer mil passeios. Conhecer gente de lugares diferentes, escutar um pouco de sua história e suas viagens, dividir o quarto com essas pessoas por alguns dias ou por algumas horas, tudo isso tornava a viagem ainda mais especial. A viagem foi de expansão. De ter um olhar novo e isso sempre vem de dentro pra fora. E as good vibes do Santuário ajudaram, acredito eu. Voltei inquieta demais. Voltei pensando na próxima viagem, planejando roteiros e descobrindo que a vontade é conhecer cada cantinho do mundo, aquele mais longe e mais inusitado especialmente. E como “IR” é grandioso, permissivo e libertador. É dar-se chance. Costumo dizer que são os melhores presentes que pude me dar.
Paixões em Amsterdã, Holanda

E meses se passaram, vontades foram e vieram, conversas, sonhos e um dia comum em um simples bate papo a minha vontade resolveu se manifestar “eu quero passar um tempo longe”. E com isso começaram os planos, as conversar e aquelas tentativas de deixar claro que você não é maluco e que sua decisão é mais sensata do que parece (no meu caso, costumo dizer que nunca fui tão sensata, tão lúcida). Meses de aperto para economizar, de planejamento para ver o quanto gastar e em quanto tempo gastar. Mas no meio disso, uma viagemzinha  pra deixar os ânimos ainda elevados!
Dança grega na ferryboat Patras-Ancona

E o dia do primeiro mochilão além férias (até porque me demiti hahaha) chegou. E superou todas as expectativas. Estou aqui um ano depois (há um ano estava lá na Europa) ainda colhendo frutos de tudo que aprendi naqueles dias e pensando em tudo que poderei aprender nos próximos. Viajar me ajudou a encontrar um novo rumo, como diz uma linda música do trio Calle 13 de Porto Rico La renta/el sueldo/El trabajo en la oficina/Lo cambié por las estrellas/ Y por huertos de harina/Me escapé de la rutina/Para pilotear mi viaje/Por que el cubo en el que vivia/Se convirtió en paisaje/Yo! era un objeto/Esperando a ser ceniza/Un día decidi hacerle caso a la brisa.” (La Vuelta El Mundo – Calle 13).

Big Ben, Londres.
Viagens podem te permitir ir longe, nesse mochilão acho que efetivamente comecei a nascer como fotógrafa (e olha que minha estrada ainda é longa, muito que aprender). Comecei a (re)nascer como pessoa, como filha, mulher, amiga e tudo mais. Não sei se está no meu gene wanderlust essa aptidão por encarar as mazelas que mochilar e conhecer outros países de uma forma mais simples, até porque pra mim o maior perrengue do mundo é compensando pelas inúmeras coisas maravilhosas que acontecem ao longo da estrada, talvez isso seja a mágica da saída da zona de conforto. E desde que voltei (e viajei mais um cadinho como podem ver nos relatos aqui no blog) a busca é exatamente por isso, pela “não zona de conforto”, é trazer para o dia a dia de onde você mora essa magia e continuar expandindo nas próximas viagens, por que o fluxo não pode parar, não é? É paixão daquelas arrebatadoras, não dá pra parar!

E vocês que estão aí lendo? Quando começou sua história com as viagens? Desde cedo? Mais tarde? O que as viagens trouxeram pros seus dias??? Tô aqui esperando vocês me contarem heeeein???? J


E vamos seguindo...até o próximo post, galera!

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Fotografia e Viagens

Beleza de João Pessoa - PB
Viajar sem uma câmera hoje em dia é impensável, não é mesmo? Até porque a facilidade é cada vez maior, visto que, há uma infinidade de celulares com câmeras razoáveis, câmeras compactas, compactas avançadas que cabem no bolso e tantas outras mais para garantir bons e belos registros por esse mundão afora. Hoje me deparei com um texto sobre fotografia que dentre outras coisas falava da relação da mesma com as viagens atualmente e como toda essa facilidade (e alguns outros aspectos culturais) levou muitos de nós a clicar “sem freio”. Como já havia pensado em escrever sobre isso aqui pro blog e a vontade ficou ainda maior!


Dublin, Irlanda
Acho que aprendi de verdade a fotografar nesse mochilão do ano passado, porque especialmente com a câmera digital virou necessidade registrar cada passo dado em uma viagem. Parece que fotografamos mais a viagem do que vivemos a mesma. Será um novo “mal do século”? Se não fotografei não viajei? Bom, vimos recentemente que uma menina criativa com um (muito) bom conhecimento de photoshop montou uma viagem que não existiu, então fica o debate, será que não deveríamos (re) aprender a fotografar?

No meu primeiro mini mochilão em Machu Picchu (2013), eu exagerei muito na dose. Ainda com pouca noção de fotografia e sabendo mexer pouco na câmera que havia acabado de comprar (Nikon D5100), cliquei demais e assumo que se eu parar para olhar com atenção hoje, jogo uma quantidade razoável de fotos fora. Mas, como estudante apaixonada e fotógrafa iniciante, confesso: ainda exagerei um pouco no primeiro país do mochilão pela Europa (2014), no caso, a Itália. (veja o início dos relatos aqui: http://ideiasmochileiras.blogspot.com.br/2015/02/italia-parte-1-roma.html).

A loucura de selfies no Louvre
Fiquei enlouquecida. Não sabia se contemplava, se fotografava ou se curtia aquela experiência e saí clicando como se não houvesse amanhã. Quando resolvi parar para olhar as fotos, percebi que aqueles 1.500 cliques em 20 dias eram um pouco de exagero. Não se trata de ser “sério” com a fotografia, mas é sempre bom pensar que tipo de memória estamos produzindo. Será que estamos tão esquecidos que só lembramos daquilo que fotografamos? Não sei nem se damos conta de apreciar todas as fotos que tiramos e nem de apreciar devidamente tudo que está a nossa frente.

E quando cheguei à Grécia (segundo país do mochilão), comecei a perceber que precisava pisar no freio. Comecei a contemplar mais toda aquela maravilha que estava diante de mim e aprendi a olhar melhor, tirar melhores fotos, até porque as melhores fotos não são tiradas a esmo, você a pensou ou durante a contemplação veio o insight (do tipo: isso dá uma bela foto). E não, isso não é papo só de fotógrafo, há muitos amadores que clicam bem na hora certa. Mas fica um pouco difícil parar e refletir sobre isso quando vivemos um momento “tudo vai parar nas redes sociais”. E com isso vamos descontroladamente clicando, clicando, clicando...e compartilhamos sem filtro também, até sem propósito em alguns momentos.

Cuzco, Peru.
Não digo que as redes sociais sejam completamente vilãs, afinal ela nos ajuda a mesmo longe compartilhar bons momentos com pessoas queridas (no meu caso foi muito importante pra deixar o coração da mãe tranqüilo hehehe), mas o tal do mal uso e do exagero na hora do que compartilhar, vejamos os inúmeros tipos de selfies (acordando, comendo e por aí vai) com os quais nos deparamos hoje.  Se podemos compartilhar coisas mais úteis (no caso aquelas fotos melhores), então façamos isso. Nada de automático: cliquei, logo compartilhei. Pensar um pouquinho sempre pode ser melhor do que clicar para a viagem existir!

Câmeras

Algumas pessoas já vieram me perguntar qual tipo de câmera comprar e esse é sempre um conselho não muito fácil de dar. Há uma infinidade de tipos e cada um deve ver o que melhor atenderá às suas necessidades. Para alguns, um celular com uma câmera melhor pode ser o suficiente, uma compacta comum ou uma avançada, para os mais aventureiros as câmeras de ação (Go Pro e afins) e os que prezam mais pela qualidade da imagem, as DSLR e suas variações serão a melhor opção. Resumindo, é preciso de um pouco de pesquisa e você estará pronto para viajar e guardar os bons momentos.



Então, é isso. Até o próximo post, galera! J

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Mas...e depois? Um pouco de sentimentalismo mochileiro

Amsterdã, Holanda

Na próxima semana fará um ano desta minha pequena aventura. Esse tal de tempo voa, não é mesmo? Lembro da ansiedade da semana anterior a viagem. Trabalhei até o dia 30 de maio e do dia 1º ao dia 9 de junho a minha mente não parava. Dormir? Papo de 3 horas por dia. É na hora que a cabeça deita no travesseiro que a mente desinquieta. Sim, sonhava que esquecia coisas que não podia e acordava pensando em outras mil. Acredito que sofri de ansiedade de mochileira de primeira longa viagem, nos próximos espero dormir na semana anterior hahahaha.
Meus fratelli, irmã e companheira de viagem em Verona, Itália

Lembro como se tudo tivesse acontecido ontem, sinto tudo como se estivesse acontecendo agora. Não consigo ainda explicar tudo que esses três meses significaram na minha vida. Alguns não conseguem entender quando falo o que viajar fez (e está fazendo) na minha vida. Viajar não é apenas lazer. Decidir pelo meu mochilão foi sair da minha zona de conforto, optar por um mundo de ônus e bônus, onde vivo na pele cada um deles, eles que me fizeram olhar a vida de outra forma, buscar um caminho novo, pois minha única certeza quando fui era que a vida não poderia mais ser como estava, como foi. Todo caminho terá altos e baixos, mas acho que não há nada mais digno do que ter paz, algo que não tinha lá atrás, sabe? Por essas e outras, não me arrependo de nada. Caso tivesse uma máquina do tempo, voltaria há 2014 e tomaria a mesma decisão.

Split, Croácia
Sim, tomaria a mesma decisão. Ouviria mais algumas vezes que sou maluca. Ouviria mais algumas vezes “viajar é bom, mas você precisa dar um rumo na sua vida profissional”, ouviria sem contestar “conhecer lugares diferentes é ótimo, mas você precisa criar raízes” e também “já que você gosta tanto de viajar, porque não faz concurso pra aqui e ali pra ter dinheiro pra viajar?”. Eu acho válido quem viaja para relaxar e tudo mais, mas eu não viajo para isso. Sim, muitos dias de viagem foram mais cansativos que dias de trabalho, a diferença é a oportunidade de expansão da mente, que a rotina não me permitia.

Para mim, mochilar é uma forma de viagem que te dá uma oportunidade a mais, seja ela a de se conhecer ou de mudar seu olhar perante as mais diversas culturas. Eu viajei para expandir, para buscar outro caminho que posso trilhar depois de perceber que o escritório é uma gaiola para mim. Levei minha câmera e quis expandir meu olhar fotográfico. Levei meu coração e dei uma chance dele não precisar sufocar o que carrega em si. É difícil falar disso e não ser interrompido com um “porém”, as pessoas não entendem que podem discordar e isso não torna a opção de vida do outro menor. Também não digo que minha opção é o que deve ser feito, só que ela atende as minhas necessidades de vida. Mas posso afirmar que todos nós merecemos buscar o que nos é melhor, de nada vale viver uma vida que nos foi programada.

Santorini, Grécia
Foram apenas três meses, mas tanta coisa pode mudar em você. Ainda existem inúmeros lugares que quero conhecer e ver de perto a vidinha que levam, mas o impacto cultural já fez tanta bagunça aqui dentro. Cada dia dos 82 mochilados era uma lição. Lição de vida, lição de comportamento. Era ver como todos nós em cada parte do mundo somos mesmo de carne e osso, somos todos fracos e fortes, somos todos limitados e infinitos. Depois de ir ao Peru em 2013, essa vontade de querer olhar nos olhos das diferentes culturas se tornou uma inquietude em mim. Ver o outro, me fez ter uma visão melhor de mim, do meu país. Sabe, a gente se crucifica MUITO! E ver as qualidades e defeitos de tanta gente em seus diferentes “mundos” nos faz aceitar melhor os nossos. É deixar cair a ficha de que somos todos santos e pecadores.

Pessoal da Arte de Viver Berlim, Alemanha
Aprendi que nossas fronteiras são bem menos limitadas do que as barreiras que criamos. Aprendi que em 5 dias você pode fazer amigos tão queridos que as lágrimas escorrem no dia da partida, é tão bom perceber que em pouco tempo se pode criar vínculos tão fortes. Aprendi que mesmo não sabendo a língua local tentar aprender um “bom dia” que seja é uma atitude das boas. Aprendi o quanto as pessoas ficam felizes em te acolher e querem dar o melhor delas pra você. Aprendi que na Itália se comem muitos pratos. Aprendi que gente de bom coração e observadora (chamaria de anjos) encontramos em todo lugar. Aprendi que sempre há uma solução para cada problema. Aprendi que a vida fica muito boa vendo menos televisão por dia (no caso, nenhuma). Aprendi que existe mais bondade no mundo do que lemos nas notícias. Aprendi que podemos viver com menos, minha “casa” era o peso que eu carregava, e você ainda joga algumas coisas fora pelo caminho. Aprendi que quando você se permite estar tranqüilo, TUDO ACONTECE, é a mágica de sair da zona de conforto. Aprendi que o mundo é ainda mais maravilhoso e a gente merece conhecer cada canto dele. Aprendi que devemos cada vez mais respeitar o outro e sua cultura, precisamos de todo essa mistura pro bolo da vida ficar mais gostoso. 

Castelo de Dublin, Irlanda
E como dá aquela saudade, viu?! Faz falta descobrir essas novas cores de cada lugar. Faz falta acordar as 7 da manhã e andar até as 10 da noite, pois é quando o Sol se põem (no verão). E a cada dia estar em um quarto com pessoas de cada canto do mundo e conhecer um pouco esse cantinho. Sinto falta de apenas ir! Faz falta ser acolhida por pessoas tão incríveis que nunca me viram, mas abriram suas casas e corações. Sinto falta da correria e da dor nos pés de tanto andar. Sinto falta de olhar para algum lugar e pensar “caramba, eu to aqui” e transbordar de gratidão. Ah, e andar perdida mesmo com o mapa na mão? Uma delícia! Sinto falta de pedir uma informação e ganhar um sorriso. Sinto falta de olhar aqueles parques cheios de gente aproveitando sejam as férias ou o fim de tarde, apenas aproveitando a vida. Sinto falta de pegar o trem e chegar à outro país. Sinto falta de conhecer outros viajantes e suas histórias tão bacanas. Sinto falta de ouvir histórias de um nativo sobre seu país. Sinto falta de não ter rotina. Sinto falta de saber que é tudo novo todo dia. Sinto falta de ganhar carinho de pessoas que nem uma língua em comum comigo falavam. Sinto falta do aprendizado que uma viagem pode ser (quando a gente opta por aprender). Sinto falta do gelato. Sinto falta da comida da mamma italiana.  Sinto falto dos abraços que ganhei por lá e dos afetos que vou levar por toda vida. Ai, sinto falta de não saber onde dormir no dia seguinte. Sinto falta da correria para conhecer algumas cidades. Sinto falta dos dias tranquilos que ouvíamos música, conversávamos  e conhecíamos o que dava pra conhecer. Sinto falta de (tentar) aprender algumas palavras da língua local. Sinto falta de parar e contemplar, porque quando a gente está no “nosso canto” a gente se esquece de parar um pouco apenas para contemplar. Sinto falta até de deitar no saco de dormir encima de um colchonete fino emprestado com todo amor, dormir no chão do aeroporto, dormir no trem...ai ai que saudade de tudo. Até do frio na barriga dos dias que antecederam a viagem. Adorava olhar o relógio e ver o horário daqui e o horário de lá, às vezes era um dia em cada canto. Sabe aquelas experiências pra contar pro netos? Então...é por isso e muito mais que desde que voltei planejo o próximo destino. Viver é nossa melhor escola.


Cascais, Portugal
Aviso aos navegantes, ou melhor, mochileiros, não é fácil. É um desconstruir-se para construir. Se permitir ter um novo caminho é hard core, mas você percebe que mais a frente entenderá tudo. Poderia escrever um livro sobre tudo que essa viagem me causou. Ela que foi uma ideia que surgiu em um momento de busca pelo meu propósito de vida e foi a melhor porta, janela ou qualquer outra coisa que pude me abrir. É saber que seremos testados a todo o momento e em compensação, cada passo dado gera uma gratidão que você nunca sentiu antes. Sem mais delongas, antes que o post fique demasiadamente grande :P. Minha dica após essa experiência é: se jogue! Saiba onde pode se jogar, vendo onde os possíveis tombos serão amortecidos ;).


A mochileira que vos fala curte escrever, espero que o post não tenha ficado longo demais por isso. Se planejo outros mochilões? Mas é claaaaro! Se já tem alguma data? Ainda não, mas tudo muda o tempo todo. Afinal, resolvi mudar de vida, sair do escritório e ainda estou trilhando o novo caminho bem devagar, mas já já uma nova trip das boas, sai! E é claro que venho aqui contar pra vocês. Enquanto isso sempre tem assunto por aqui, ok?

Até o próximo post, galera! J




quarta-feira, 27 de maio de 2015

Sobre montar o roteiro

Passaporte com o carimbo de entrada na União Européia, na escala em Madri.

Fazer o roteiro é dar um norte para sua viagem. É dizer: “vou mesmo” e a partir daí começar a tornar a viagem realidade. Comprar passagem, ver hospedagens, ver o que fazer e aquela pesquisa para ter ideia dos gastos e planejar de verdade sua viagem. Do dia que eu decidi fazer a viagem até o dia que comprei as passagens, passaram-se uns 3 a 4 meses. Entre conversas, pesquisas, dúvida entre América Latina e Europa. Optei por Europa primeiro, sentei no computador, abri o Google maps e fui traçando um roteiro. Isso mesmo, no Google maps fiz os primeiros caminhos possíveis, as cidades que gostaria de conhecer (as principais, porque alguns países eu ficaria uns 3 meses só nele, conhecendo diferentes cidades) e minha irmã decidiu tirar férias no começo da minha viagem e passaria 20 dias comigo, por isso optei por passar 20 dias na Itália.
O planejamento com imagem do  Google Maps.
Roteiro Inicial:
1- Itália
2- Grécia
3- Malta
4- Alemanha (que incluía Munique, além de Berlim)
5- Holanda
6- Inglaterra
7- Irlanda
8- França (praticamente sem Paris)
9- Espanha
10- Portugal

Chegando à Roma.
Com cidades escolhidas, uma pesquisa de quanto tempo passar em cada uma delas (tudo dentro dos 90 dias de visto), resolvi comprar as passagens e agora não tinha mais como voltar atrás, no dia 09 de março de 2014 a ida e a volta estavam compradas e era hora de decidir estadias e tudo mais, faltando exatos três meses para a viagem (meu vôo para Roma era dia 9 de junho). Nesse tempo, coloquei meu roteiro no fórum do Mochileiros.com e recebi muitas dicas que fizeram a viagem dar certo, e uma super importante me fez perceber que Malta não seria viável, tanto para entrar quanto sair e então reduzi o roteiro para 9 países. Logo depois, li algo sobre Plitivice Lakes e fiquei apaixonada, então a Croácia começou a ser uma possibilidade. E então, uma amiga que fiz em um curso da Arte de Viver em janeiro conversou comigo e descobrimos que queríamos fazer o mesmo tipo de viagem e depois de algumas conversas, decidimos que iríamos juntas.
O roteiro final e suas muitas modificações.

Conversa vai, conversa vem, a Croácia entrou no roteiro e mudamos algumas coisas. Tiramos Munique, acrescentamos dias em Paris e resolvemos deixar a viagem acontecer. Tudo estava planejado efetivamente (com hospedagem certa) até a Grécia e em algumas outras cidades com amigos de amigos. Como optamos pelo trem ao invés de avião deixamos nosso roteiro flexível e durante a viagem muita coisa mudou. Essa flexibilidade é muito importante no caso do mochilão, em minha humilde opinião.

Resumindo, roteiro de mochilão não tem muita ciência. É uma questão de estudar o que você quer com o que é viável durante o tempo que você tem. E permitir-se ser surpreendido (positivamente) no meio do caminho e às vezes ter de abrir mão (como tive de abrir mão de Plitivice por causa da chuva). Escolha os lugares e google it! Seja em blogs, sites oficiais e tudo mais, você vai descobrindo o que precisa.  E se jogue, por favor! J


Até o próximo post, galera!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Quanto custa um mochilão, hein?

Cinque Terre, Itália
Eis o post do assunto mais perguntado desde que voltei: “então, quanto você gastou viajando?”, “nossa você deve ter gastado muito, euro né?” entre outras perguntinhas mais, todas relacionadas aos gastos. É a parte em que ficamos apreensivos ao planejar uma viagem, né? Olha mas aprendi bem a lição: não há necessidade de se estressar. Um pouco de planejamento e deixar a mágica acontecer é o suficiente, afinal, ninguém vai voltar mendigando de uma viagem, há alguns blog por aí super interessantes de gente que vai na cara e na coragem pra estrada sem um conto no bolso.
Santorini, Grécia.

Como é grande a vontade de fazer outros mochilões, inclusive mais longos, anotei tudo para saber meus gastos, onde gastei mais dinheiro e tudo mais. Mas claro que em algum momento isso falhou, logo no início da viagem e por isso a Itália ficou sem anotações financeiras. Depois de Roma, naquela adrenalina de início da viagem, não anotei nenhum centavo gasto, logo fiz uma média entre o quanto sei que saiu da minha poupança e a soma do que gastei em outros países para chegar ao valor aproximado gasto lá.

Cascais, Portugal
Bom, como o euro teve uma boa oscilação de valor no período que fiquei por lá, para fazer as contas usei uma média de 1€ saindo a R$3,38 para converter os gastos. Os gastos gerais incluem tudo que tive que pagar no país ou na cidade onde estava, de comida à reserva de assento no trem. Separei esses gastos da estadia, porque também é um dos pontos mais perguntados. Lembrando que foi uma viagem de 82 dias (mas porque 82? No primeiro roteiro que montei, acreditei que era suficiente e estava dentro dos 90 dias de visto dentro da Europa), passando por 11 países e 27 cidades.  

Eu e minha irmã em Roma
Então vamos ao que interessa? Bom, desde meu primeiro estágio fiz uma poupança pra guardar uma graninha para futuros projetos. E esse futuro projeto já foi um curso, comprar um apartamento e até casar, mas o melhor estava por vir e essa graninha que me permitiu sonhar alto, comprar minha câmera, estudar fotografia, chutar o balde e viajar. E esse foi meu alicerce para a viagem. Os primeiros gastos não saíram da poupança, saíram do meu salário mesmo. Preciso deixar claro que para viajar, nos meses anteriores abri mão de algumas coisas (tipo baladas, especialmente) para pagar os primeiros gastos e guardar um pouco mais. Primeiros gastos esses que foram:

•Passagem (ida e volta): R$2.531,00
•Passagem Roma-Atenas: R$233,16                           
•Seguro viagem: R$416,99
•Total: R$3.181,15

Minha meta inicial era gastar no máximo R$10 mil e consegui gastar apenas um pouco mais (fica dentro da margem do “pra mais” que eu tinha em mente) e em alguns momentos você acha que não será possível, como quando está em Londres, por exemplo. Então vamos começar a falar melhor sobre os gastos. 

Hospedagem

Nossa host do Couchsurfing, Sónia
Nosso host em Nice, querido Jô!
Sabe aquela regra mochileira de que se dane o conforto? Então, é bem por aí. Mas vou te contar que pensando assim pelo caminho até aparece conforto viu? Hehehe. Ficamos em hostel, cochilamos em chão de aeroporto, ficamos em casa de pessoas lindas (Couchsurfing e Arte de Viver) e sem querer acabamos em dois Bed&Breakfast que foram o mais perto do luxo que chegamos (um sem pagar nada e o outro por necessidade). E vi tantas famílias com mochila nas costas e ficando em hostel que já venho pensando em riscas hotel das minhas possibilidades! Hostel é muito mais bacana pra interagir e baixa consideravelmente o custo da viagem. Pense nisso ;)

Locomoção

Eurail usado na Itália
Bom, dando aquela estuda em relatos de outros mochileiros e blogs de viagem por aí, vi que os vôos low cost e minha mochila cargueira não teriam uma relação lá muito harmoniosa. E além disso, as passagens teriam que ser compradas com muita antecedência visto que nas férias de verão os europeus não perdem tempo, e como disse meu querido amigo francês Jô “só tem verão uma vez por aqui”. E como não queríamos um roteiro engessado, o uso do trem foi a melhor saída. Ok, mas comprar passagens de trem encima da hora também não é barato Descobri o *Eurail (Interail pra quem tem cidadania européia) e ele é uma mão na roda, você só precisa tomar cuidado com as reservas, pois se deixar pra cima da hora pode não ter nenhuma vaga ou apenas leitos, que tem uma taxa de reserva mais cara. Alguns países são maravilhosos, como a Alemanha, onde você não precisa pagar taxa de reserva nenhuma e os trens são todos ótimos. Ah, a Inglaterra não aceita o Eurail, mas tê-lo dá um descontinho no trem. Ah, também conseguimos descontos nos ferryboats na Grécia(ta aí o que encareceu a estada lá, chegar e sair do país hihihihi) e Irlanda. E para só faltar andar de bicicleta de um país pra outro (eu ainda não sei andar de bicicleta:\), pegamos um ônibus de Londres para Paris, porque né 90 € no trem de novo não ia rolar.
Vai um vinhozinho de 2 libras?

Alimentação

Bom, essa questão é sempre muito delicada. Dá pra comer saudavelmente mesmo na correria, mas em alguns locais não pesquisamos bem e o McDonald’s foi a salvação da fome (em Londres, por exemplo). Grande parte dos hostels tem cozinha e comprar comida no mercado vai fazer seus gastos caírem bastante. Em Paris, alguns mercados você pode comprar a comida e esquentar no micro-ondas por lá mesmo, o que também é super interessante. Fazer amizades e cozinhar para eles e vice e versa, é certamente o melhor! Pra dizer que não fui à restaurante nenhum, meu irmãozinho italiano é cozinheiro e fui ao restaurante onde ele trabalha (e não gastei um centavo).

Louvre

Compras

Tirando uma loucura ou outra que você pode fazer (no meu caso foi comprar um blusa ou um anel), esse item está fora da lista, digo, pelo menos na minha. A única coisa que pensava era em como diminuir o peso da minha mochila, o que fez algumas coisas ficarem pelo caminho. Europa não é dos lugares onde você encontre lá muitas coisas com preço bacana, então isso nem passou pela minha cabeça estando lá. Só pra conferir, olhei preço de lentes pra minha câmera e convertendo daria no mesmo. Então, se quiser comprar, vai fundo, mas na minha lista de prioridades isso passou batido.

Passeios

Alguns são realmente caros, as entradas dos Museus não são convidativas, mas eu fui à todos que tinha muuuuuita vontade. Londres tem vários museus com entrada gratuita e Paris faz isso no primeiro domingo do mês por lá. Dá sempre pra buscar uma forma mais barata de aproveitar a cultura, especialmente a do velho continente, que é riquíssima! E a natureza também é bem bonita por lá, faça bem suas contas e aproveite!

Seguro Saúde

Um fator super importante na hora de viajar é o seguro saúde, principalmente se tratando de viagens longas. Assumo que quando fiz meu mini mochilão para Machu Picchu, nem pensei em fazer por ser apenas uma semana, mas hoje vejo que até em viagens mais breves é importante. No caso da Europa, prestem atenção na abrangência, porque o Tratado de Schengen não inclui todos os países por lá. Sofri um tombo na Grécia mas não precisei ir ao médico, então não usei o meu (ufa!).

Tabela de Gastos

País
Estadia
Gastos Gerais
Total
Itália
R$ 924,00
R$1576 (aproximadamente)
R$2.500 (aproximadamente)
Grécia
R$ 44,62
R$ 799,91
R$ 844,53
Croácia
R$ 202,80
R$ 243,70
R$ 446,50
Alemanha
R$ 101,40
R$ 170,19
R$ 271,59
Holanda
X
R$ 383,80
R$ 383,40
Bélgica
R$ 81,40
R$ 16,90
R$ 98,30
Irlanda
X
R$ 697,60
R$ 697,60
Inglaterra
R$ 439,40
R$ 730,46
R$ 1.169,86
França
x
R$ 689,63
R$ 689,63
Espanha
R$ 300,93
R$ 575, 35
R$ 876,47
Portugal
R$ 50,70
R$ 655,90
R$ 706,60

Gastos pré viagem

Além desses gastos, estão incluídos no gasto durante a viagem, o Eurail Itália, Eurail entre países e o IOF do meu cartão de crédito que usei como Travel Money.

•Eurail Itália: R$638,82
•Eurail entre países: R$2.017,91
•IOF Travel Money: R$233,16

Total de gastos

Gastos pré-viagem
Gastos durante a viagem
Total
R$3.181,15
R$11.616,29
R$ 14.797,44

Dava pra gastar menos? Dava sim. Mesmo que nossa moeda seja bem desvalorizada em relação ao Euro e Libra. Poderia ter segurado a onda um pouco na Itália, ter tido menos preguiça de me virar na cozinha e ter controlado alguns surtos de vontade de comprar umas poucas coisas que comprei por lá. E ter um pouco mais de sorte no Couchsurfing também já diminui beeeem o valor (dizem que no verão é um pouco mais difícil pelo fato de todo mundo estar viajando nas férias). Então é isso, galera. Espero ter conseguido fala tudo. Qualquer dúvida, só perguntar!
Até o próximo post!


OBS: Em cada post falo sobre os gastos daquela cidade e onde fiquei hospedada.

*Saiba mais sobre Eurail: http://pt.eurail.com/