sábado, 14 de novembro de 2015

Je suis...o mundo todo!



Paris, jul/2014
Sexta-feira 13. 13 de novembro de 2015. Em meio a incontáveis catástrofes que ocorrem diariamente nesse mundão de 7 bilhões de pessoas, mais uma ocorre. E em tempos de comunicação avançada, sabemos tudo em tempo real e inicia-se uma guerra. A guerra dos egos, a guerra das razões. Seja por Facebook, twitter ou qualquer outra rede. O ser humano parece ter medo de se sensibilizar, parece ter que escolher situações, afinal se eu me solidarizo com tudo estou sensível demais. Oi? O que está acontecendo? Sim, sofremos uma catástrofe ambiental em Mariana. Sim, sabemos que é pior do que parece. Sim, é provavelmente o pior desastre ambiental até o momento. Mas onde isso tira nosso direito de se penalizar durante o cenário de terrorismo em Paris? Perante milhares de pessoas que morrem na miséria mundo afora, inclusive em muitos cantos do nosso gigante Brasil? Perante as mulheres que são violentadas na Índia? Perante os que morrem em guerras civis na África? Não temos que escolher nenhum lado. Somos humanos. E todas essas (e outras) tragédias nos deixam mexidos, impotentes. Por que eu tenho que escolher uma dor, um lado da história para sofrer junto?

É muita palavra proferida por nada. A cada “ataque” de discordância que disseminamos numa rede social, estaríamos enviando energia positiva para Paris ou comprando água para enviar a Mariana. “Ah, mas a mídia está dando mais atenção para Paris, como não dá tamanha atenção para nossa tragédia?”. E o que é que nós ainda esperamos da mídia, hein meu povo? Eu não espero mais nada. Cabe a nós tomar ciência das informações e pronto, nada mais esperar. E enquanto nada esperamos, meditemos sobre tudo que ocorre hoje. Seja aqui, seja acolá. O mundo tem uma ferida gigante (sempre teve) e desde que ele é mundo, cresce o número de pessoas que buscam mudar isso. Assim como ainda muitos pagam o pato, muitos se permitem sensibilizar e ir além.
Mariana, nov/2015 - Christophe Simon/AFP (tirada do Globo.com)


Passei 3 meses sem acesso a televisão e com acesso limitado as mídias pela rede. Andei na rua, vi gente sendo gente. Dando a mão, ajudando. Outro dia vi um fotógrafo postando fotos de Mariana e mostrando “a beleza em um momento de dor”, a solidariedade, quantas mãos estendidas a quem está precisando. Assim como acredito estar sendo feito em Paris. E nossas orações e bons pensamentos também o são. Amor caracteriza todas essas ações. Olhemos o mundo e de coração aberto. A hora não é pra discutir sobre quem a mídia está dando mais atenção, quem nas redes está falando mais de Paris ou de Mariana. É para dar amor. É o nosso único instrumento nesse mundo de terroristas de todos os tipos dos que poluem águas até os que matam pessoas com as próprias mãos. A gente só não pode comprar a guerra da razão. Somos todos culpados e inocentes nessas (acredito, mesmo que eu esteja sendo inocente) transformações que ocorrem no mundo. O mundo muda desde que é mundo, ele busca seu caminho. Sabe aquela frase “não quero ter razão, quero ser feliz?”. É isso. Sejamos o mundo todo. Sejamos amor. Menos briga pra saber quem tem razão, pois ninguém tem quando falamos de incontáveis mortes brutas ao redor do mundo, todos os dias.

Foi quinta-feira, 5 de novembro. Foi sexta-feira 13. Todos os dias foram assustadores. Como podemos mudar isso? Mais amor, por favor!

Até a próxima, galera!

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